quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Projeto de Implantação de uma Estação de Tratamento de Efluentes (ETE) compacta no Canal da Mendonça Junior, Macapá – Amapá - Brasil

A ETE consiste em separar a parte líquida da parte sólida do esgoto e tratar cada uma delas separadamente, reduzindo ao máximo a carga poluidora, de forma que elas possam ser dispostas adequadamente, sem prejuízo ao meio ambiente.
O presente projeto visa recuperação da área degradada com a deságua do canal da Mendonça Jr., cujos principais problemáticas são: poluição da água, do solo, do ar e visual; redução da biodiversidade; liberação de metais pesados. Tornando a orla da cidade, um dos principais pontos turísticos do estado, um ambiente desagradável, sujo e com mau cheiro.

Segundo o Diário do Amapá (2009), ainda na década de 50, tão logo o Mercado Central passou a ser o ponto principal do comércio de Macapá, o canal da Mendonça Jr. começou a ser construído. Nessa época nem se imaginava que o homem iria poluir o planeta. Foi construído para coletar as águas das chuvas e logo em seguida aproveitaram para transformar o carnal num coletor de esgoto, que se esgotaria no Rio Amazonas. Além do fedor contagiante outra feira maluca de ambulantes “fixos”, transformava o espaço num cenário de favela, já que hoje foram retirados para poder haver uma revitalização e urbanização de seu entorno. Esta que há anos não foi realizada com êxito.

Porque usar ETE Compacta?
Seu caráter compacto permite que ela seja instalada num galpão ou abaixo do solo, inserindo-se melhor no ambiente urbano. O tratamento quase que exclusivamente biológico, que, por isso mesmo, produz muito pouco lodo, ao contrário das outras estações. Esse desempenho contribui para a recuperação dos cursos d água e diminui os riscos de contaminação e diminui os riscos de contaminação e transmissão de doenças. Outra característica da nova estação é o baixo custo. Uma ETE convencional que utilize a tecnologia de lodos ativados tem um custo de implantação de R$ 100 por habitante, enquanto que a que nós desenvolvemos custa entre R$ 60 e R$ 70 por pessoa, ou seja, é de 30% a 40% mais barata. Quanto ao custo de operação, a redução também é de cerca de 40%; enquanto na ETE convencional um metro cúbico de esgoto tratado fica entre 17 e 20 centavos, na nossa estação esse valor cai para 11 centavos. Fim do mau cheiro, além da eficiência, a estação possui um sistema de desodorização. Nos pontos em que há maior emissão de compostos que produzem mau cheiro (o principal deles é o gás sulfídrico), o ar é coletado por exaustores, para em seguida serem injetados em filtros aeróbios, onde as bactérias irão oxidar os compostos, reduzindo o mau cheiro a níveis praticamente imperceptíveis ao ser humano. Outra peculiaridade é possibilidade de a estação ser coberta, diminuindo seu ruído. Essas características fazem com que sua proximidade das residências não seja um problema para a população, ao mesmo tempo em que se apresenta como uma solução de baixo custo para a falta de tratamento de esgoto doméstico em área.

Objetivos
Melhorar a qualidade da água que é despejada no Rio Amazonas pelo canal da Mendonça Jr. Propiciando um ambiente adequado ao desenvolvimento harmonioso do ecossistema; Melhorar o aspecto olfativo, reduzindo o mau cheiro proveniente das águas poluídas do canal; Reduzir a poluição do solo; Diminuir a liberação de metais pesados da degradação de componentes sólidos, e gases decorrentes da degradação da matéria orgânica nas águas.

Diretrizes
Reduzir índices de coliformes fecais, óleos, resíduos de combustíveis fósseis e matéria orgânica em decomposição com a instalação de estação de tratamento de efluentes; Acelerar a decomposição da matéria orgânica transportada pela água reduzindo a liberação de gases que poluem o ambiente; Coletar partículas sólidas oriunda das águas do canal para não decantarem sobre a superfície do solo no leito do rio amazonas; Coletar latas, plásticos e outros componentes sólidos nas fases preliminares do processo de tratamento antes de entrarem em decomposição e evitando a liberação de metais pesados.

Metas
Remover 95% dos coliformes fecais e da matéria orgânica carreada nas águas do canal; Reduzir em 90% os índices de metais pesados e gases liberados por resíduos sólidos; Melhorar a qualidade da água despejada no rio Amazonas.

Missão
Efetivar o tratamento da água que flui no canal para não poluir a área da orla em torno da jusante do canal compreendendo o espaço que se estende do trapiche Eliezer Levi à fortaleza de São José.

Prazo de duração
Implantação em 6 meses e, após, monitoramento e manutenção.

Território de abrangência
Local beneficiando a população dos arredores e os visitantes deste ponto turístico.

Aspectos ambientais
Impactos negativos: importância municipal; iminência a médio prazo; incidência contínua; inclinação estacionar; Poluição da água, do solo, do ar e visual; Redução da biodiversidade; Liberação de metais pesados como: fósforo, nitrogênio, sulfatos.

Impactos positivos: importância municipal; iminência imediata; incidência rara; inclinação melhorar; Predominância de espécies vegetais, tais como Siriúba, protegendo o solo e amenizando a erosão do entorno da jusante do canal e evitando o assoreamento; O acúmulo de resíduos que favorece a alimentação de aves da espécie Maçarico.

Problemas ambientais: Acúmulo de lixo; Odor desagradável; Contaminação da água e solo; Poluição visual; Redução da biodiversidade; Erosão e assoreamento no local.

Análise de decisão
Avaliação de riscos: Poluição visual; Poluição sonora; Impermeabilização do solo pela pavimentação da instalação da ETE; Possível contaminação do local com produtos químicos ou agentes biológicos em caso de acidentes.

Obra: 60 mil reais para atender 1000 pessoas; Risco de 15% ou 1.5 em escala de 0 a 10. Recuperação de provável dano em caso de acidente: 9 mil reais.

Sistemas semelhantes1- Decantação; 2- Lagoa de estabilização; 3- Aplicação de reagentes bactericidas ou químicos; 4- Uso de plantas aquáticas.

Risco: 1 a cada 4 sistemas: 100% x1/4= 25%; Escala de risco: Probabilidade= 2.5; Geral= 1.5; Risco total= 3.75

Medidas de proteção /prevenção
Recomendações a Prefeitura que execute: Campanha de conscientização da população a respeito da coleta seletiva e adequada do lixo; Distribuição de lixeira públicas adequadas ao longo do canal e na orla para que o lixo não seja lançado na água; Treinamento de pessoal para operação, monitoramento e manutenção dos equipamentos; O recolhimento dos resíduos para destinação final: aterro controlado; A área do entorno da ETE será contemplada com um projeto paisagístico para minimizar a poluição visual.

Procedimentos
O tratamento de efluentes será feito em estação compacta que ocupa apenas 70 metros quadrados instalada num galpão utilizando um tratamento quase que exclusivamente biológico, que, por isso mesmo, produz muito pouco lodo, ao contrário das outras estações. Esse tratamento possui duas etapas — uma anaeróbia (sem oxigênio) seguida de outra aeróbia (com oxigênio) — que concentram uma grande quantidade de bactérias, cuja função é degradar a poluição orgânica do esgoto. A lógica do processo, que consegue remover 95% da matéria orgânica e 99% dos coliformes fecais, é a de que a maior quantidade de bactérias permite o menor porte da estação. Além da eficiência, a estação desenvolvida pela UFES possui um sistema de desodorização. "Nos pontos em que há maior emissão de compostos que produzem mau cheiro (o principal deles é o gás sulfídrico), o ar é coletado por exaustores, para em seguida serem injetados em filtros aeróbios, onde as bactérias irão oxidar os compostos, reduzindo o mau cheiro a níveis praticamente imperceptíveis ao ser humano".

-A operação das máquinas dar-se-à por agentes treinados pela UFES;
-O processo de operação da ETE iniciará a partir da meia maré de vazante até o início da próxima enchente no canal;
-O fornecimento de energia para funcionamento da ETE será da concessionária estadual. Em caso de interrupção de energia, aciona-se o grupo gerador da ETE;
-A estação estará adequada com todas as normas de segurança no trabalho.

Recursos tecnológicos e financeiros
Os equipamentos e treinamento de pessoal serão adquiridos através de convênio entre a UFES e a Prefeitura Municipal de Macapá. Incluindo treinamento técnico para manuseio de equipamentos constituintes da ETE.

Monitoramento
A execução, monitoramento das atividades da ETE dar-se-à pelos agentes treinados e a parte de fiscalização e análise pelos órgãos ambientais competentes.

Controle
O órgão ambiental competente analisará as amostras de água, solo, bem como seu andamento emitindo um laudo técnico dos resultados obtidos.


Veja as implicações políticas da revitalização urbanística do Canal da Mendonça Júnior clicando aqui.

Fonte: Projeto elabora em sala de aula, Curso de Eng. Florestal (ENFLOR 11), Universidade do Estado do Amapá - UEAP.

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