Búlgaros protestam contra Chevron
Exploração de gás de xisto pode prejudicar ambiente.
Milhares de búlgaros saíram às ruas em cidades do país na semana passada, contra os planos de exploração de gás de xisto pela companhia americana Chevron. Eles temem danos ao ambiente.
Cerca de mil jovens fizeram uma manifestação na capital, Sofia, pedindo ao governo que proíba o fraturamento hidráulico, método mais comum de exploração de gás de xisto, que contamina a água e pode mesmo levar a terreomotos, como se tem observado recentemente.
Os manifestantes carregavam cartazes com dizeres como “Não ao gás de xisto, sim à natureza” e “Chevron, volte para casa,” para protestar contra as intenção da empresa no país mais pobre da União Européia.
Manifestações semelhantes aconteceram na região de Dobrudzha, no norte do país, onde a Chevron quer operar, assim como nas cidades de Varna e Plodiva no Mar Negro, Plodiv no sul e Pleven no norte, segundo a rádio nacional do país.
O grupo ambiental Fracking Free Bulgaria disse ter ouvido do presidente do parlamento Tsetska Tsacheva que irá considerar uma moratória para o fraturamento hidráulico. Leis semelhantes foram aprovadas na França no ano passado.
O fraturamento, que usa injeção de água, areia e substâncias químicas com enorme pressão para explodir rochas e liberar gás e petróleo, vem sendo amplamente usado nos Estados Unidos, onde a adoção do método sofre críticas crescentes.
A Bulgária, que depende quase totalmente do fornecimento de gás russo via Ucrânia, acha que o gás de xisto pode ser um meio possível de diversificar a oferta. As reservas do país são estimadas entre 300 bilhões e um trilhão de metros cúbicos, informa o Yahoo News.
Fim da energia nuclear pode aumentar emissões
O alerta é da Agência Internacional de Energia.
Qualquer incentivo dado à energia renovável por países que abandonam a energia nuclear depois do desastre de Fukushima pode ser ser anulado por um grande aumento no uso do carvão, com consequências devastadoras para a luta contra a mudança do clima.
Esta foi a mensagem transmitida ontem no World Future Energy Summit em Abu Dhabi por Fatih Birol, economista chefe da conservadora Agência Internacional de Energia (IEA). Ele advertiu que aqueles países que estão desligando suas usinas nucleares provavelmente terão um aumento de emissões de gases estufa no curto ou médio prazo.
A Alemanha tem planos de abandonar a energia nuclear até 2022, e a Suíça tem metas semelhantes. Enquanto isso, países como Japão, França e China fizeram cortes em seus programas deste o desastre.
Birol disse que a intenção de substituir a energia nuclear por renováveis era ousada, mas afirmou que na verdade os países iriam intensificar o uso de carvão para cobrir a demanda.”Vamos ter níveis maiores de CO2 se abandonarmos uma das tecnologias importantes que nos ajudam na mudança do clima,” disse ele, segundo o Business Green, acrescentando que as previsões da IEA são de que as emissões ficarão 6.2% maiores até 2035 como resultado de alterações em políticas.
Falando logo depois de análises de que o crescimento do setor de energia renovável pode desacelerar nos próximos anos como resultado de medidas de autoridade em todo o mundo, Birol afirmou que metade do crescimento da geração global de energia na última década veio do carvão. Ele também reafirmou o pedido da IEA de que sejam eliminados gradativamente os U$ 409 bilhões em subsídios dados todo ano à indústria de combustível fóssil. “Não funciona querermos renováveis e ao mesmo tempo dar subsídios ã energia fóssil. É como sair para correr e depois almoçar junk-food”.
China: falta transparência em poluição
O Índice de Transparência de Informação Sobre Poluição (PITI) completou sua terceira avaliação anual sobre a divulgação de dados em 113 cidades da China em 2011. O índice foi criado pelo Institute of Public & Environmental Affairs (IPE) e o Natural Resources Defense Council (NRDC), e sua avaliação mais recente foi divulgada esta semana. De acordo com ela, o país ainda tem uma grande tarefa pela frente para dar mais informações ambientais ao público.
A classificação média do PITI no ano passado ficou em 40.1 pontos – comparados a 31 em 2010 – mas apenas 19 das 113 cidades atingiram a faixa classificação de aprovação, de 60 pontos em 100.
“Cerca de 66% das cidades aumentaram sua transparência ambiental, mas ainda assim, a maioria delas teve uma nota negativa”, disse o fundador do IPE, Ma Jun.
O mecanismo chinês para transparência de poluição foi gradualmente colocado em prática desde que as autoridades aprovaram as Medidas de Divulgação de Informação Ambiental em 2008. “Mas a maioria das cidades estão apenas nos estágios iniciais da implementação destes mecanismos”, disse Jun.
O critério de avaliação do PITI inclui registros de violações de regras e padrões, resultados de petições e casos de reclamações ambientais, divulgações a pedidos, e cinco outros itens que requerem que autoridades ambientais locais deem informação sobre poluição por canais como websites.
Apenas 12 das 113 cidades tiveram uma nota abaixo de 20, indicando que a informação foi muito difícil de conseguir ou não estava disponível. Algumas áreas com altos níveis de emissão por unidade do PIB, incluindo as províncias de Shandong e Sichuan, e a região autônoma da Mongólia Interior, ficaram no espectro mais baixo do índice de transparência. A província de Hunan, com sérios problemas de poluição por metais pesados, teve 14 cidades com notas baixas.
“Fora a falta de gerenciamento público, parte do problema é que muitas empresas não querem qualquer supervisão”, disse Liu Shuai, da comissão de proteção ambiental do Congresso do Povo na província de Hunan. “Ou elas temem ser expostas ou simplesmente não se incomodam de divulgar seus dados”, afirmou ele, de acordo com o China.org.
Fonte: http://planetasustentavel.abril.com.br
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