Emissão de CO2 aumenta acidez do oceano e prejudica corais
Mudanças causadas pelo homem são cem vezes maiores que as naturais. Em 90 anos, calcificação de corais e moluscos pode cair 40%.
O aumento da acidez dos oceanos verificado nos últimos 100 a 200 anos foi muito maior que as transformações que ocorreriam naturalmente, sem a interferência da ação do homem. A conclusão é de um time de cientistas internacionais ligados ao Centro de Pesquisa Internacional do Pacífico, da Universidade do Havaí, em um estudo publicado pela "Nature Climate Change".
De acordo com a pesquisa, cerca de 65% do gás proveniente de atividades humanas entram no mar e, em contato com a água salgada, aumentam sua acidez. O fenômeno reduz a taxa de calcificação de organismos marinhos, como corais e moluscos.
As conclusões do estudo são baseadas em simulações de condições do clima e do oceano verificadas na Terra nos últimos 21 mil anos, desde a última Era Glacial até o século 21. Durante as simulações, os pesquisadores analisaram o nível de concentração do aragonito, um tipo de carbonato de sódio que ajuda a medir a acidez dos oceanos. Quanto mais ácida é a água do mar, menor é a quantidade de aragonito.
Os resultados obtidos revelaram que o nível atual de aragonito é cinco vezes menor que o verificado na fase pré-industrial. De acordo com a pesquisa, essa redução pode representar uma queda de 15% na calcificação de corais e moluscos. Já nos próximos 90 anos, a redução da calcificação pode cair 40% em relação aos valores pré-industriais, considerando o contínuo uso de combustíveis fósseis, que emitem CO2.
“Em algumas regiões, as mudanças na acidez do oceano provocadas pelo homem desde a Revolução Industrial são cem vezes maiores que as mudanças naturais verificadas entre a última Era Glacial e os tempos pré-industriais”, disse Tobias Friedrich, um dos cientistas que lideraram a pesquisa, em material de divulgação.
Segundo ele, após o fim do último período glacial, a concentração de CO2 atmosférico aumentou de 190 partes por milhão (ppm) para 280 ppm ao longo de seis mil anos. Assim, os ecossistemas marinhos tiveram tempo suficiente para se adaptar. Já o aumento para o nível atual, de 392 ppm, levou apenas entre 100 e 200 anos, prejudicando a vida marinha.
De acordo com a pesquisa, os corais são vistos em locais com concentração de aragonito presentes em 50% do oceano atualmente. Até o final do século 21, essas condições seriam encontradas em apenas 5%.
“Nosso estudo sugere que severas reduções devem ocorrer na diversidade, complexidade e resistência dos corais até metade deste século”, afirmou o coautor do estudo, Alex Timmermann.
Analistas da AIEA chegam ao Japão para avaliar usinas nucleares
Autoridades pediram representação permanente do órgão em Fukushima. Usinas foram fechadas após crise nuclear provocada por tremor e tsunami.
Uma dezena de analistas da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) chegaram ao Japão para se reunir com autoridades e avaliar a segurança nas usinas nucleares do país, informou a agência em comunicado. As autoridades japonesas aproveitaram a ocasião para anunciar que pediram ao órgão que instale um escritório permanente em Fukushima.
A missão, que se prolonga até o dia 31 de janeiro, acontece a pedido do governo japonês e servirá para que os especialistas analisem os testes de resistência que têm que superar todas as centrais do país por causa da crise nuclear na unidade japonesa de Fukushima Daiichi.
"Estamos em contato com a AIEA para ver o que é possível fazer, já que a prefeitura de Fukushima deseja a presença permanente dos funcionários da agência da ONU na região", explicou um diplomata japonês.
Entre outras coisas, a delegação, liderada por James Lyons, coletará os testes de estresse realizados na semana passada sobre os reatores 3 e 4 da central de Oi, parados para uma revisão rotineira.
Após a visita a essa planta, espera-se que os analistas da AIEA emitam uma recomendação à Agência Nacional de Segurança Nuclear japonesa (Nisa) sobre a eventual conveniência da reabertura dos reatores da usina.
O acidente do dia 11 de março de 2011 em Fukushima conduziu à parada, como medida de segurança, de vários reatores do país, aos quais posteriormente se foram somando outros que detiveram suas atividades para revisões obrigatórias por lei.
Após o início da crise nuclear, a mais grave em 25 anos, cerca de 85% dos 56 reatores do país permanecem parados por segurança ou por manutenção no Japão, país que obtinha cerca de um terço de sua eletricidade das centrais atômicas antes do acidente.
Nenhum dos reatores parados tem autorização para retomar suas operações até que superem os testes de resistência exigidos pelo Governo japonês e obtenham o sinal verde das administrações locais.
http://g1.globo.com
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