Grande parte da população mundial vive nos centros urbanos e em áreas próximas às linhas costeiras estuarinas. Esse fato característico da humanidade, tem se tornado um forte componente de impacto sobre os corpos de águas naturais a demandar serviços de saneamento básico e disposição de resíduos. Por essa razão, muitos problemas de qualidade da água já estão sendo percebidos, principalmente decorrentes do mau uso e desperdício. Alguns são significativos como em Macapá e Santana, ambas localizadas na linha costeira estuarina do Estado do Amapá, margem esquerda do rio Amazonas.
A poluição é detectável em alguns corpos de água, com consequências negativas para a saúde humana e ecossistemas em geral. As principais causas desses impactos ambientais decorrem de uma forte pressão antrópica sobre os recursos hídricos. O uso intenso do solo e da água gera um permanente conflito entre o desenvolvimento econômico, normalmente com ocupação desordenada da bacia hidrográfica, e a busca de mitigação de impactos resultantes destas atividades. Isso resulta num interesse cada vez maior pela abordagem econômica e racional do gerenciamento da qualidade da água.
No Amapá, a migração populacional intensa, oriunda de outros Estados e da zona rural, contribui para formar grandes assentamentos informais, os quais concentram-se em espaços ou áreas restritas e inadequadas, favorecendo os fatores críticos que acabam elevando o nível de risco da população contrair doenças de origem hídrica.
Daí a importância de se desenvolver um programa de monitoramento da qualidade da água das áreas mais afetadas, a fim de se obter informações para auxiliar a tomada de decisão de instituições governamentais como a Companhia de Água e Esgoto, Secretarias de Estado e Municipais de Meio Ambiente e Saúde, Vigilância Sanitária e Defesa Civil. Dessa forma, a geração de informações úteis sobre a qualidade da água torna-se o cerne do planejamento estratégico e de gerenciamento dos recursos hídricos e mitigação de riscos à saúde pública.
A ocupação desordenada, desmatamento e urbanização das áreas de drenagem das bacias hidrográficas são os principais componentes que contribuem, negativamente, para a qualidade da água. Associado a estes, a falta de saneamento (disposição final de resíduos) e as sobrecargas de poluentes nos corpos de água, problemas de operação e manutenção de abastecimento e tratamento de água, bem como as dificuldades financeiras para cobrir despesas de infraestrutura, elevam os riscos de contaminação e surgimento de problemas de saúde pública e ambientais nos ecossistemas.
O uso e ocupação da bacia hidrográfica apresentam reflexos diretos na qualidade da água e nas populações que vivem próximas a elas. Tais reflexos podem ser mensurados ou quantificados pelos indicadores ou parâmetros da qualidade da água. Dessa forma, torna-se importante a avaliação dos usos de fontes de água de origem potencialmente perigosa, para que se possam prever os riscos associados ao acesso e obtenção de água potencialmente perigosas à saúde humana. Seja ela bruta, parcialmente tratada ou plenamente potável.
Série Ciências Naturais
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