quarta-feira, 14 de março de 2012

Ciclovias em Macapá: bom para o ciclista e para o meio ambiente

Quem já enfrentou o trânsito de Macapá pedalando uma bicicleta sabe bem o quanto uma ciclovia faz falta: motoristas que não respeitam a distância mínima ao ultrapassar ciclistas, portas de carros abertas e buracos nas vias são apenas alguns dos desafios. Um passo importante para o incentivo do uso da bicicleta é garantir uma infraestrutura adequada para os ciclistas. A cidade precisa de transformação na área de mobilidade urbana. Conscientes da problemática ambiental e do caos no transporte público, percebemos o quão necessário são as ciclovias e as ciclofaixas em todos os corredores viários e vias estruturais, com reforços na sinalização e uma reeducação geral dos condutores em nossa cidade.

O Batalhão de Trânsito não tem o número exato de bicicletas circulando por Macapá. Na Rodovia Tancredo Neves, foi construída uma ciclovia para facilitar a vida dos ciclistas. Mas nem todo mundo faz o certo. Só em 2011, segundo dados, Macapá registrou 17 mortes de ciclistas.

O desenvolvimento do hábito de utilização da bicicleta como meio de transporte e de lazer, pode contribuir para a redução do déficit de vagas de estacionamento para automóveis, além de favorecer a integração das comunidades, o fluxo do comércio e uma oportunidade para manter um ambiente mais harmonioso e saudável para se viver.

Em Macapá há a necessidade de políticas públicas, orientadas para a construção de ciclovias e ciclofaixas nos locais de maior circulação de motoristas, assim como campanhas educativas para conscientizar a população quanto à necessidade de proteção aos ciclistas, e estes ao uso de capacete como equipamento de proteção.

Não cumprimento das Leis Municipais de nº 1.674/09, 1.404/05, 1723/03 e 1276/03, que tratam da construção de ciclovias, ciclofaixas, faixas compartilhada e rotas operacionais de ciclismo, além de locais específicos para estacionamento: bicicletários e os paraciclos, demonstram a falta de compromisso com a cidadania e o meio ambiente.

A Promotoria de Justiça de Meio Ambiente, Conflitos Agrários, Habitação e Urbanismo de Macapá (Prodemac) recomendou à Prefeitura Municipal de Macapá e ao Estado do Amapá, para que adote as providências necessárias para o cumprimento da legislação que disciplina o Sistema Cicloviário. Enquanto isso não ocorre, ciclistas correm riscos nas ruas e rodovias da cidade e o meio ambiente continua sofrendo com o excesso de gases tóxicos emitidos pelos veículos.

Nesta quarta-feira, dia 14 de março de 2012, a Câmara Municipal de Macapá (CMM) em Audiência Pública reuniu autoridades, organizações não governamentais, acadêmicos e sociedade civil em geral para debater sobre Ciclovias: Questão de Cidadania. Espera-se que desse encontro o poder público possa implementar as mudanças necessárias sobre o tema que é vital aos ciclistas que transitam nas vias públicas de Macapá.

Há! Valem ressaltar que as vias reformadas e recém-recapadas não possuem meios fios, bocas de lobo e calçadas; fora isso, muitas vias estão intrafegáveis com buracos e matos. Em algumas poucas ruas o trabalho de drenagem está sendo feito. Asfaltar sem um trabalho integrado de saneamento e abastecimento de água é jogar dinheiro fora.

Em relação à qualidade de vida e uma perspectiva de ares saudáveis, a utilização de bicicletas proporciona uma redução de gases venenosos emitidos para a atmosfera, reduzindo as causas do efeito estufa (aquecimento do planeta exagerado) e diminui a pressão sobre os recursos naturais, já que frearia um pouco mais a produção de automóveis movidos a combustíveis fósseis. Para se ter uma ideia, a atual frota de veículos que circula em Macapá é de mais de 125 mil, entre carros e motos, segundo dados do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), o que está provocando uma degradação maciça dos solos e do ar local; já que a cidade não se adequou estruturalmente para isso.

Fazendo uma interconexão entre causas, efeitos e consequências, o meio ambiente e os ciclistas são os que mais sofrem com a falta de medidas sérias e condizentes. Atitudes paliativas já não bastam e nos restam apenas o bom senso para tentarmos sobreviver nas idas e vindas pelas vias (in) transitáveis do conturbado trânsito macapaense.

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