domingo, 1 de abril de 2012

Logística reversa ainda não é realidade

Sancionada  no dia 2 de agosto de 2010, a Política Nacional de Resíduos Sólidos mudou a maneira como o governo, em suas três esferas, empresas e cidadãos devem encarar a destinação do lixo. Um dos principais pontos diz respeito à logística reversa, que traz para os vendedores e fabricantes parte da responsabilidade no descarte dos resíduos dos produtos.

Esse tema depende de acordos com as cadeias produtoras que devem definir o modelo de recolhimento, reciclagem e destinação final, para entrar efetivamente em funcionamento. Mas, até o momento, nenhum ramo industrial apresentou proposta nesse sentido.

O atraso no processo de definição da logística reversa se deve à falta de empenho das indústrias. A indefinição prejudica outros pontos previstos na política nacional, como os planos municipais para gestão de resíduos. Isso porque as estratégias devem levar em conta todo o manejo, incluindo a coleta e reciclagem da qual as empresas também deverão participar.

A situação se agrava em razão dos prazos. Os planos municipais devem ser concluídos até agosto de 2012 e, em 2014, só poderão ir para os aterros o lixo que não tem mais como ser aproveitado ou remanufaturado.

A indústria não está “apática” no processo de discussão.  É normal que haja um período de adaptação à lei, sem resultados práticos. Esse é um processo natural. Porque a lei é bastante inovadora, que altera a sistemática até então desenvolvida e exige um tempo de adaptação.

Mas o período está chegando ao fim. Por isso, deve-se exigir, a partir de agora, o cumprimento do estabelecido na legislação. A partir desse momento o assunto já está mais do que maduro para ser exigido, inclusive, o seu não cumprimento pode ser penalizado.

O que é 

A logística inversa, conhecida também por reversível ou reversa, é a área da logística que trata, genericamente, do fluxo físico de produtos, embalagens ou outros materiais, desde o ponto de consumo até ao local de origem. Os processos de logística inversa existem há tempos; entretanto, não eram tratados e denominados como tal. Como exemplos de logística inversa, temos: o retorno das garrafas (vasilhame), a recolha / coleta de lixos e resíduos recicláveis. Atualmente é uma preocupação constante para todas as empresas e organizações públicas e privadas, tendo quatro grandes pilares de sustentação: a conscientização dos problemas ambientais; a sobrelotação dos aterros; a escassez de matérias-primas; as políticas e a legislação ambiental.

A logística inversa ou reversa aborda a questão da recuperação de produtos, parte de produtos, embalagens, materiais, de entre outros, desde o ponto de consumo até ao local de origem ou de deposição em local seguro, com o menor risco ambiental possível. Assim, a logística inversa trata de um tema bastante sensível e muito oportuno, em que o desenvolvimento sustentável e as politicas ambientais são temas de relevo na atualidade.



Eco4u, Agência Brasil

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