O Cerrado é considerado o segundo maior bioma do País, possui expressiva biodiversidade, importante recursos hídricos além de conhecidas plantas medicinais e animais ameaçados de extinção. A aceleração da destruição desse bioma tem colocado em risco a sobrevivência da sua fauna e flora com expressivos danos ambientais.
Nesse cenário, não sendo implantadas alternativas sustentáveis de uso do Cerrado, em pouco tempo esse bioma corre o risco de romper-se por completo, de maneira irreversível, com repercussões diretas para o meio ambiente. Além desses prejuízos, o Brasil perderá uma importante alternativa econômica, baseada na utilização sustentável da diversidade biológica do Cerrado que terá sido extinto por completo.
Abriga uma grande diversidade de plantas endêmicas, espécies de mamíferos, anfíbios, répteis e invertebrados. Calcula-se que mais de 40% das espécies de plantas lenhosas e 50% das abelhas que abarca sejam endêmicas.
A vegetação classifica-se em quatro categorias: campo sujo (vegetação rasteira, formada por ervas e gramíneas); campo cerrado (vegetação rasteira com raros arbustos); cerrado (arbustos, árvores, e vegetação rasteira) e cerradão (árvores de porte mais elevado bem próximas umas das outras).
O clima é diversificado, entretanto, caracteriza-se pela presença de duas estações bem definidas: invernos secos e verões chuvosos. A água e também o solo caracterizam a heterogeneidade e importância do Cerrado. Pois em termos da incidência de recursos hídricos, o mesmo possui nascentes que formam importantes bacias hidrográficas. Com solos geralmente ácidos e relevos relativamente suaves, e aptos à mecanização agrícola, uma boa quantidade de seus solos foi devastada para o processo de agricultura comercial.
Nas últimas quatro décadas passou a ser a maior fonte brasileira de grãos de soja e pastagens, além de significativo produtor de arroz, milho e algodão passando ainda a suportar o segundo maior rebanho de gado do país. A exploração do bioma para a atividade agropecuária resultou em uma extensa conversão e fragmentação dos espaços naturais. Cerca de 80% da área original já foi alterada de alguma forma, restando apenas 20% de área natural.
Extinção da biodiversidade, invasão de espécies exóticas, erosão do solo, poluição de aquífero, degradação de ecossistemas, alterações no regime de queimadas e possivelmente alterações climáticas regionais somam algumas consequências. Estima-se que o Cerrado pode desaparecer até 2030 se medidas sustentáveis não forem tomadas.
Apesar da existência de leis de proteção ambiental de fauna, flora, água e solo, por exemplo, as mesmas são ignoradas pela maioria dos agricultores, que usam esses recursos naturais erroneamente, na preocupação somente de maximizarem seus lucros. Assim, o bioma Cerrado tem sido agredido, e depredado pela ação do fogo e dos tratores, colocando em risco de extinção várias espécies de plantas, entre elas algumas fruteiras nativas que nem foram classificadas. O uso do fogo para abertura de áreas virgens e para estimular o rebrotamento das pastagens é prejudicial e a ocorrência de queimadas e incêndios, provoca mudanças na florística e na estrutura da vegetação, diminuição de densidade de árvores e arbustos, provocando a eliminação de espécies sensíveis.
As áreas de nascentes estão sendo desmatadas, rios assoreados, e o solo está sendo contaminado. A degradação do solo e dos ecossistemas nativos e a dispersão de espécies exóticas são as maiores e mais amplas ameaças à biodiversidade. Práticas agrícolas incluem o uso extensivo de fertilizantes e calcários os quais poluem córregos e rios.
Infelizmente as pessoas não consideram as potencialidades que a biodiversidade do Cerrado representa para o futuro econômico e social do país. Isso é agravado pela inadequação ou ineficiência da legislação, de políticas públicas e de instrumentos normativos no que se refere à promoção e ao incentivo de processos produtivos e de modos de vida sustentáveis. O cerrado não recebe o merecido destaque por programas governamentais de preservação ambiental.
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