O Fundo Nacional sobre Mudança do Clima anuncia Programa de Investimento Florestal
O Fundo Nacional sobre Mudança do Clima foi criado com a finalidade de assegurar recursos para apoio a projetos ou estudos e financiamento de empreendimentos que visem à mitigação da mudança do clima e à adaptação aos seus efeitos. Cerca de 60% dos recursos do Fundo são provenientes da receita da exploração e comercialização de petróleo. É o primeiro Fundo do mundo nesses moldes.
O orçamento inicial previsto para o Fundo é de R$ 226 milhões. Deste total, R$ 200 milhões serão disponíveis para empréstimos e financiamentos, concedidos pelo BNDES para a área produtiva. Os outros R$ 26 milhões serão administrados e investidos pelo MMA, sendo que poderão ser repassados para estados e municípios através de convênios e termos de cooperação.
A novidade é a criação do Programa de Investimento Florestal que buscará a promoção do uso sustentável das terras e a melhoria da gestão florestal no Bioma Cerrado, segundo maior bioma do País e da América do Sul, contribuindo para a redução da pressão sobre as florestas remanescentes, diminuição das emissões de GEE e aumento do sequestro de CO2.
CI Florestas
Código Florestal ameaça mangues
Importantes e cobiçadas, regiões costeiras perderam proteção quando projeto foi votado no Senado.
Prestes a voltar para a Câmara dos Deputados, o Código Florestal tem no aumento da vulnerabilidade dos manguezais um de seus pontos mais polêmicos. Alterações feitas pelo Senado no projeto de lei, em dezembro, abriram a possibilidade da ocupação de apicuns - uma parte dos manguezais. Pelo acordo, os produtores de camarões e de sal poderão ampliar sua atividade em até 10% na Amazônia e 35% no Nordeste.
O Brasil é o segundo país com maior cobertura de manguezais - cerca de 9% -, perdendo para a Indonésia (21%), de acordo com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma). No País, eles ocorrem do Amapá até Santa Catarina. Considerados pelo atual Código Florestal como áreas de preservação permanente (APPs), os manguezais são estratégicos para a sobrevivência da população que vive no litoral e para a manutenção dos sistemas costeiros e das praias. Berçário de espécies marinhas, eles fixam carbono, protegem a linha da costa e alimentam aves migratórias e mamíferos, incluindo o homem.
Entre as pressões sofridas pelos manguezais estão a poluição por químicos e petróleo e a especulação imobiliária. No Nordeste, também são pressionados pela criação de camarão e, no Sudeste, pela ampliação portuária, como está prevista na Baixada Santista e em São Sebastião (SP). "A emenda sobre os apicuns deixa o Brasil totalmente exposto. Estamos falando da costa inteira, praticamente toda coberta por manguezais, salgados e restingas", alerta Mário Mantovani, um dos criadores da campanha Mangue faz a Diferença, lançada em janeiro pela sociedade civil organizada. "A questão não é isolada. O Brasil não tem nenhuma política pública voltada para os seus mares. O que ainda segurava a barbárie era a condição de APP dos manguezais", diz.
CI Florestas
Carbono mais 'caro' pode salvar espécies
Quanto maior o valor de mercado da tonelada de carbono não emitido na atmosfera, mais espécies de plantas e de animais que vivem nas florestas são preservadas. É o que indica um estudo de pesquisadores europeus coordenados por um economista brasileiro.
O grupo parte do princípio de que as políticas de crédito de carbono ajudam a manter as florestas em pé. Isso porque o sistema permite que quem tenha preservado suas florestas venda créditos a quem tenha poluído além do que determinam as convenções internacionais.
A política começou a ser discutida na primeira reunião do painel do clima da ONU, em 1988.
A ideia é que esse tipo de negociação aconteça principalmente entre países ricos (que poluem muito) e os mais pobres (que emitem menos carbono e venderiam seus créditos).
A conclusão dos pesquisadores é que quanto mais alto o valor do crédito de carbono no mercado, mais sobrevida ganham as florestas e os animais que vivem nela.
Sem as políticas de crédito de carbono, calculam os cientistas, 36 mil espécies de animais e de plantas florestais seriam extintas até 2100.
Com a tonelada de carbono a US$ 7, valor perto do que é negociado hoje, cerca de 50% dessas espécies seriam preservadas até 2100.
Se o preço subisse para US$ 25 a tonelada, a preservação aumentaria para 94% das espécies florestais.
Para o economista Bernardo Strassburg, do ISS (Instituto Internacional para Sustentabilidade), que coordenou o trabalho, negociar a tonelada do carbono a US$ 25 é bastante factível. "Em 2007, quando o mercado de crédito de carbono estava aquecido, chegamos a negociar a tonelada a US$ 34."
De acordo com Strassburg, o IPCC (painel do clima da ONU) considera que até US$ 100 por tonelada são aceitáveis.
Hoje, o mercado de crédito de carbono está desaquecido por falta de acordo nas convenções internacionais de clima.
Além disso, algumas correntes defendem que os créditos favorecem mais o mercado do que o ambiente.
Folha de S. Paulo
Desmatamento da Amazônia foi de 208 km2 em dois meses
Embora desmate do último bimestre do ano seja 54% maior que mesmo período de 2010, a comparação não é válida por causa das nuvens.
A Floresta Amazônica perdeu 208 km2 nos meses de novembro e dezembro de 2011. A área corresponde a 25.212 campos de futebol. Os dados foram divulgados hoje (2) pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
No último bimestre de 2011, o Pará foi o Estado com maior derrubada de árvore (58,56 km2), seguido pelo Mato Grosso (53,81%) e Roraima (29,24%).
Embora índice represente uma aumento de 54% em relação ao mesmo bimestre de 2010, comparação não tem valor por causa da alta cobertura de nuvens nos dois períodos.
De acordo com o diretor de Políticas para o Combate ao Desmatamento do MMA, Mauro Pires, não é possível comparar os dados atuais aos do período de 2010 devido ao quantitativo de nuvem captado pelo satélite na época, de 74%.
A medida foi prejudicada pela cobertura das nuvens. No mapa de alertas de novembro, 47% da área da Amazônia Legal permaneceu encoberta pelas nuvens. No de dezembro, 44% da Amazônia estava coberta de nuvens, o que impediu a observação do sistema.
IG
Nenhum comentário:
Postar um comentário