quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Grilagem de Terras

A grilagem de terra é um crime grave praticado ainda em grande escala no interior do Brasil, principalmente na Amazônia. Os grileiros, nome dado a esses criminosos, são alguns dos principais responsáveis pelo desmatamento das florestas tropicais.
A grilagem nada mais é que a apropriação indevida de terras públicas, através da falsificação de documentos. Várias são os interesses para a existência dessa prática: especulação imobiliária, venda de recursos naturais do local (principalmente madeira), lavagem de dinheiro e até captação de recursos financeiros.
Aliás, é bom lembrar que grileiro não é a mesma coisa que posseiro. O primeiro normalmente tem poderio econômico, circula nos corredores do poder e não vive na terra. O posseiro é aquele pequeno agricultor que toma posse da terra para sobrevivência.
A grilagem de terra conta hoje também com a ajuda da tecnologia, seja com o GPS, que ajuda na localização das terras, seja com a própria internet, onde são vendidos lotes enormes de terra sem nenhuma comprovação documental definitiva.

Os caminhos da grilagem



Usando documentos antigos

Uma das maneiras de fazer a grilagem é criar uma falsa cadeia patrimonial do imóvel. A cadeia patrimonial é a história cronológica dos antigos donos de uma determinada propriedade ou área. Assim, para conseguir grilar, os falsificadores mudam a cadeia patrimonial e chegam até a criar documentos falsos. Eles usam documentos tão antigos como as cartas de sesmarias, que eram concessões de terras cultivadas emitidas entre 1531 e 1822. Assim, o grileiro cria um histórico falso da terra desde a sua suposta “origem”. Outro documento usado são as concessões de seringais, autorizações dadas pelo governo brasileiro durante o ciclo da borracha na Amazônia. As últimas foram emitidas nos anos de 1950. Estes documentos são de difícil confirmação cartorial. Além deles, os contratos de concessão de terra pública, uma autorização para uso da terra com diversos parâmetros, dados nos anos de 1970 também são usados.

Invadindo a terra

Outra forma de grilar é simplesmente colocar uma cerca na área que interessa. Normalmente são áreas de floresta. Eles, então, põem homens armados para vigiar.

Arrendando a terra

Outra tática usada é convencer posseiros a venderem seus títulos de posse. Esses documentos não são necessariamente comprovação de propriedades, mas uma espécie de autorização para o uso da terra. Com eles na mão, o grileiro acaba forçando os posseiros vizinhos a entregarem suas propriedades, muitas vezes com violência.

Usando laranjas e fantasmas

Uma tática para evitar a exposição do grileiro é usar “laranjas”, pessoas que emprestam seu nome ingenuamente ou coniventemente para o grileiro. Há também casos de simples nomes falsos ou “fantasmas”. O cuidado existe porque, por lei, qualquer terra pública com mais de 2.500 hectares que for transferida para mão de particulares deve receber aprovação do Congresso Nacional. Como ninguém quer esse tipo de exposição, o jeito é usar “laranjas” e “fantasmas” para dividir os hectares.
Depois de feitas algumas dessas falcatruas, é só procurar um cartório para “legalizar” sua terra. Com o documento em mãos, começa a outra fase que é dar credibilidade para o documento. Como? Registrando o documento em outros órgãos públicos como institutos de terras estaduais, Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) ou Receita Federal. Daí, é só começar a pedir autorização para o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e começar a explorar ou usar a terra para vender e assim esquentar a terra. Além disso, muitos deles chegam a conseguir empréstimos em bancos privados e até públicos.
Além de ganhar dinheiro com a madeira ilegal, os grileiros ganham com agropecuária e com a própria venda do imóvel. Como o mundo do crime acaba se encontrando de várias formas, são comuns encontrar, por exemplo, aeroportos clandestinos usados para o tráfico de drogas e armas em terras griladas.

Os maiores grileiros brasileiros

Um dos maiores grileiros de terra do Brasil não existe. É isso mesmo. Suposto proprietário de 12 milhões de hectares de terra, ou cerca de 10% do território paraense, o empresário Carlos Medeiros é um “fantasma”. Ele seria dono de uma carta de adjudicação de supostos grandes proprietários de terra que teriam falecido. Na verdade, Carlos Medeiros era apenas o nome usado por um grupo especializado em grilagem de terra. Hoje, Carlos Medeiros está banido dos institutos que registram terras no Brasil e da Justiça. Mas os criadores do grileiro fantasma, que começou a aparecer nos documentos nos anos de 1960 e 1970, estão mortos. Ninguém nunca foi punido pela existência de Carlos Medeiros.
Atualmente, Cecílio do Rego Almeida, empreiteiro cujas empresas têm sede no Paraná, é acusado de ser o maior grileiro de terras do país. Ironicamente chamada de Ceciliolândia, as terras de Almeida reuniriam cerca de 7 milhões de hectares em um lugar ermo da Amazônia chamado Terra do Meio (centro-oeste do Pará). A área que CR Almeida diz possuir contém três terras indígenas (Xipaia, Cuaurá e Kayapó-Baú), uma floresta nacional, quatro assentamentos e um terreno das Forças Armadas. Acusado de vender mogno e outras madeiras nobres, o empresário também cooptaria para apóia-lo tanto ribeirinhos quanto índios. CR Almeida nega as acusações e briga na Justiça para ter direito às terras.
O Estado do Amazonas também não está livre das grilagens. Falb Fariasdizia ser dono de 6,8 milhões de hectares, ou 4,37% do Estado. As terras se localizariam nos municípios de Boca do Acre, Canutama, Lábream Pauini e Tapauá. Depois de uma briga judicial, o governo federal conseguiu cancelar os títulos de propriedade. Mas a exemplo do que acontece com muitas partes da Amazônia são, na maioria, terras do Estado sem destinação específica, o que aumenta o perigo da grilagem.
A violência é também uma marca desses grileiros. Em 2003, por exemplo, o grileiro Juscelino Lima foi preso acusado de manter 70 trabalhadores rurais mantidos em regime de semiescravidão na gleba Pacoval, um assentamento do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Lima disse que estava por trás de outros mais poderosos. Foi executado em janeiro de 2004.
O conflito de terras no Brasil é de extrema violência como no caso da irmã Dorothy Stang, morta por grileiros, na região de Anapu.

A grilagem e a violência no campo

Os conflitos agrários não são ocasionados somente por grileiros ou por questões com terras públicas, mas os personagens se misturam. Há posseiros, simples invasores de terra para retirada de madeira, garimpeiros, e sem-terra organizados de um lado. Grileiros, grandes proprietários, mineradoras de perfis diferentes, representantes políticos locais e fazendas improdutivas do outro. No meio disso tudo, reservas indígenas, unidades de conservação, assentamentos. Com tanta gente e interesses divergentes, o pavio fica curto.
Há violência traz ainda pessoas completamente à margem da sociedade como pistoleiros de encomenda, policiais corruptos ou a mando de fazendeiros. Dois casos emblemáticos da violência do campo envolvem personagens da Amazônia. São eles o seringueiro e líder sindical Chico Mendes e a missionária católica Dorothy Stang. Nos dois casos, eram mortes anunciadas.






O que pode ser feito?

Para solucionar o problema da grilagem de terra há várias coisas a serem feitas. A ponta deste tipo de crime está na conivência, obviamente com vantagens financeiras, de cartorários, funcionários públicos e autoridades locais. Muitos cartórios já estão sob intervenção da Justiça como os de Altamira e São Félix do Xingu, ambos no Pará. Além disso, é necessário ampliar a fiscalização das terras públicas, o que é difícil pelo pouco número de funcionários, além dos problemas estruturais dos órgãos públicos.
Além disso, era preciso unificar as informações dos diversos órgãos envolvidos no assunto como Receita Federal, Fundação Nacional do Índio (Funai), Incra, Ibama, institutos de terras estaduais, cartórios de registro de imóveis, Justiças estaduais e federal. Uma solução preconizada é a criação de um registro único de terras, sejam privadas ou públicas. Tal procedimento, sugerido há anos, nunca saiu do papel na prática.
Além disso, a grilagem e seus crimes consequentes não têm sido punidos com efetividade. Uma das razões é a facilidade jurídica que a legislação e o sistema judiciário brasileiro acabam criando para este tipo de crime.

ComoTudoFunciona

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

As 5 plantas mais venenosas

Em meados de 1800, a história de uma árvore que comia gente chamou a atenção. Carl Liche, um explorador alemão, escreveu um relatório para a South Australian Register contando que enquanto explorava Madagascar, ele presenciou a cena de uma mulher escalando o tronco de uma planta enorme para beber o seu néctar. Quando a planta sentiu a sua presença, capturou a mulher com os seus tentáculos e puxou-a para dentro de seu corpo.
Cem anos mais tarde, um cientista da década de 1950 desmascarou a lenda afirmando que não somente essa árvore nunca existiu, como ninguém com o nome de Carl Liche havia explorado Madagascar.
Enquanto uma árvore que ingere homens segurando-os através de seus tentáculos não existe, uma versão mais moderada de tal planta existe sim. A árvore que come gente em Madagascar pode ter sido uma “versão exagerada” das plantas carnívoras que são encontradas em Madagascar, Indonésia, Austrália, Malásia e em outras áreas baixas, quentes e úmidas. A maior planta carnívora é conhecida como Nephenthes, e captura pequenos vermes e lagartixas (em inglês) nas suas flores.
A planta carnívora produz uma substância dentro de suas folhas que cobre todo o lado interno de suas flores. Esta substância se mistura com a água que a planta puxa de suas raízes. Insetos e, ocasionalmente, pequenos animais são atraídos pela água perfumada. Quando eles vêm bebê-la, caem dentro das flores, não conseguem escapar e a planta acaba sugando os nutrientes da presa capturada.
Apesar de você certamente não virar uma presa da Nephenthes – elas são muito pequenas para segurar um ser humano – é possível pegar algumas das doenças que ela transmite. De fato, as cinco listadas neste artigo podem até mesmo matá-lo.

Mamona

A mamona, ou Ricinus communis, é amplamente cultivada pelo seu óleo e é também usada como uma planta ornamental. Nenhum destes usos é, porém, um indício de que na verdade esta planta tem um conteúdo mortal: ricina.
O óleo da mamona tem muitos usos na culinária, como na produção de doces e condimentos. Também serve como laxante. O óleo é extraído das sementes da planta – constituídas entre 40 e 60% por óleo.
A mamona provavelmente originou-se na África, mas atualmente é encontrada por todo o mundo. Esta grande planta é comumente encontrada em jardins em função da sua natureza forte e em forma de arbusto. Ela cresce bem em áreas áridas e não necessita de cuidados especiais. Tem crescimento rápido e pode atingir 11 metros em uma temporada. As flores da mamona são verde-amarelas e o centro das flores é vermelho. As folhas são grandes com bordas dentadas.
A ricina está presente em níveis baixos por toda a planta, mas é muito concentrada na casca da semente. Envenenamentos pela semente são raros e quando ocorrem envolvem crianças e animais, mas podem ser fatais. Apenas três sementes – que são verdes com marcas marrons – podem matar uma criança que as engoliu.
Os sintomas do envenenamento pela mamona incluem náuseas, cólicas abdominais, vômitos, sangramento interno e falência renal e circulatória. Muitas pessoas são alérgicas à poeira que vem das sementes e podem tossir, ter dor muscular e dificuldade para respirar. A exposição à poeira é mais comum em áreas onde os grãos são processados para uso comercial. Antigamente, a mamona era usada em pomadas e dizem até que Cleópatra usava o óleo na parte branca dos olhos para iluminá-los.

Beladona

A beladona, ou Atropa belladonna, contém alcaloides tropânicos em seu caule, folhas, frutos e raízes.
Trata-se de uma planta perene que chega a atingir entre 0,6 e 1,2 metros de altura. É possível reconhecê-la através de seu jeitão sombrio, folhas verdes escuras e em forma de sino, e flores perfumadas que surgem nos meados do verão e logo caem.
As bagas da beladona são verdes quando se formam e mudam para um preto brilhante quando estão maduras. São doces e suculentas, o que é um grande atrativo para as crianças. A planta requer um solo rico e úmido para prosperar, e ela cresce bem em algumas áreas do mundo, mas o seu cultivo pode ser limitado, como acontece nos Estados Unidos. Nem todos os animais são afetados pela beladona. Enquanto ela é fatal para o ser humano e alguns animais, cavalos, coelhos e ovelhas podem comer suas folhas sem problema, e os pássaros se alimentam de seus grãos.
O veneno encontrado na beladona afeta o sistema nervoso. Ingerido em grandes doses, o veneno paralisa as terminações nervosas dos músculos involuntários de nosso corpo, como os vasos sanguíneos, coração e músculos gastrointestinais.
Os sintomas de envenenamento por beladona incluem pupilas dilatadas, sensibilidade à luz, visão embaçada, dores de cabeça, confusão mental e convulsões. A ingestão de apenas duas bagas pode matar uma criança, e entre 10 e 20 bagas podem matar um adulto. Até mesmo segurar a planta pode causar irritação.
Diz a lenda que as mulheres na Itália costumavam aplicar o sumo da beladona em seus olhos para deixá-los mais brilhantes [fonte: Georgetown Pharmacology - em inglês]. O próprio nome beladona (belladonna - em italiano) significa “mulher bonita”. Hoje em dia, os médicos raramente realizam qualquer procedimento cirúrgico nos olhos sem usar a atropina, um dos venenos encontrados na Beladona, para dilatar as pupilas dos pacientes.

Ervilha do Rosário

A ervilha do rosário, ou Abrus precatorius, tem sementes muito bonitas. Dois terços da semente são vermelhos e a última parte é preta. Essas sementes decoradas são frequentemente usadas na confecção de joias. Na verdade, essas sementes são especialmente populares na confecção de contas para rosários.
Mas as sementes da ervilha do rosário contêm veneno ao serem abertas. Estas sementes só são perigosas quando o seu revestimento é quebrado e ela é engolida inteira – a ervilha do rosário em si não apresenta qualquer perigo. Mas se a semente estiver arranhada ou esmagada, pode ser mortal. A ervilha do rosário é bem mais perigosa para os fabricantes de joias do que para quem as usa. Há muitos relatos de casos de morte quando o fabricante de joia corta um dedo enquanto manuseia a ervilha do rosário.
A planta ervilha do rosário cresce rapidamente e pode ocupar uma grande área se não for controlada. Uma única vinha da ervilha do rosário pode atingir 6 metros em uma temporada. A planta, que é nativa da Indonésia, espalhou-se pelo mundo todo, nos climas tropicais e subtropicais. Ela é encontrada até mesmo em muitos estados dos Estados Unidos, incluindo o Alabama, Arkansas, Flórida, Geórgia e Havaí. A planta possui folhas longas flores vermelhas.
O ácido ábrico, veneno encontrado dentro de sua semente, é mais perigoso do que a ricina. Menos de 3 microgramas de ábrico no corpo já é o suficiente para matar, o que é menos do que a quantidade de veneno encontrada em uma única ervilha. No corpo humano, o ábrico une as membranas celulares impedindo a síntese de proteínas, uma das funções mais importantes da célula. Os sintomas da intoxicação por ervilha do rosário são: dificuldade para respirar, febre, náusea e líquido nos pulmões. Se ingerida – e a semente estiver quebrada – a semente da ervilha do rosário causa náusea severa e vômito, o que pode levar eventualmente à desidratação, e terminar com a falência renal, de fígado e baço. A morte acontece dentro de três a quatro dias.

Cicuta

A cicuta, ou Cicuta maculata, é uma planta bastante atraente com um padrão de crescimento vertical, folhas listradas de roxo e pequenas flores brancas. Mas as raízes brancas da cicuta são muitas vezes confundidas com a planta cherívia – um erro potencialmente fatal. O veneno encontrado na cicuta, cicutoxina, está presente em toda a planta, porém, é mais concentrado nas raízes. Qualquer um que confunda a planta com a cherívia e decida dar uma mordida enfrentará uma morte violenta.
A cicuta, que é nativa da América do Norte, é considerada por muitos como a planta mais mortífera do continente. A flor selvagem, que chega a atingir 1,8 m, se desenvolve ao longo das margens de córregos, áreas pantanosas e prados úmidos.
Para aqueles nada sortudos que infelizmente acabam provando a cicuta, o início da doença é rápido. A cicutoxina contida na planta causa convulsões violentas e dolorosas, náuseas, vômitos, cólicas e espasmos musculares. Aqueles que sobrevivem ao veneno acabam sendo afetados a longo prazo em outras áreas, desenvolvendo amnésia, por exemplo. Nenhuma quantidade da raiz da cicuta é considerada segura para a ingestão.

Oleandro

O oleandro (espirradeira), ou Nerium oleander, é considerada por muitos como a planta mais venenosa no mundo. Todas as partes da bela oleandro contêm veneno – muitos tipos de veneno. Dois dos mais potentes são a oleandrina e a neriantina, conhecidos por seu efeito devastador no coração. O veneno da oleandro é tão forte que pode matar uma pessoa que apenas comeu o mel produzido por abelhas que ingeriram o néctar desta planta.
Trata-se de uma planta bastante atraente e apesar de sua fama de mortal é frequentemente plantada com propósitos decorativos. Embora nativa do extremo oriente e áreas do Mediterrâneo, a planta chegou aos Estados Unidos, onde se alastrou rapidamente. Ela é forte e sobrevive até mesmo em solos pobres e áridos. A planta cresce como um arbusto denso e chega normalmente a ter entre 1,8 e 5,4 metros em sua maturidade. Possui folhas finas e verdes escuras e suas flores podem ser amarelas, vermelhas, rosas ou brancas e crescem em cachos.
Mesmo em áreas áridas a espirradeira produz flores lindas e cheirosas. Os animais se aproximam da planta instintivamente. Como ela cresce rapidamente é muitas vezes usada em barreiras nas estradas e outras áreas que necessitam estar longe do barulho e poluição. O seu crescimento rápido também a torna popular em zonas de construções já que elas previnem erosões.
Ao contrário de outras plantas tóxicas, a espirradeira é venenosa para a maioria dos animais tanto como é para os humanos. A ingestão de uma simples folha de oleandro pode matar uma criança. Os sintomas incluem diarreia, vômito, dor estomacal intensa, entorpecimento, tontura, batimento cardíaco irregular, levando muitas vezes à morte. Se a vítima sobrevive às primeiras 24h após a ingestão, as chances de sobrevivência aumentam bastante. O paciente é então induzido a vomitar. Também é comum darem carvão para o paciente comer com a intenção de absorver a maior quantidade possível do veneno.


O uso de plantas tóxicas na medicina

Parece loucura usar plantas mortíferas para salvar vidas. Mas algumas das plantas mais venenosas são usadas na área médica. O estramônio (ou figueira do inferno), por exemplo, tem sido usada tanto por assassinos como por médicos no tratamento da epilepsia. Outros candidatos?
  • A mamona é usada no Paclitaxel, uma droga quimioterápica, no Sadimmune, uma droga para supressão imunológica e no Xenaderm, como uso tópico em úlceras cutâneas;
  • Scopolamine, encontrada na erva-moura, é usada juntamente com a morfina desde 1902 como uma espécie de anestésico durante o parto;
  • O quinino, usado no tratamento de pacientes com malária, por exemplo, é derivado da casca da árvore chinchona. É mortal se consumido em grandes quantidades.

Plantas que atacam

Parece impossível que uma planta, presa por sua própria raiz, consiga atacar. Mas muitas espécies de árvores, localizadas em áreas indígenas nas florestas da Austrália e Indonésia, fazem com que suas vítimas sintam-se como se tivessem sido esfaqueadas. Estas plantas, que podem ser tanto pequenos arbustos como árvores enormes, possuem vidro como se fossem cabelos cobrindo suas folhas e frutos.
Quando uma pessoa encosta na planta, esses cabelos se soltam e entram na pele dela. O cabelo, uma vez sob a pele, libera uma neurotoxina que causa dor. Neurotoxinas são venenos que atacam especificamente as células nervosas do corpo. A dor diminui gradativamente, mas pode reaparecer de maneira intermitente durante meses. Há um caso confirmado de morte por este tipo de árvore, além de outras “histórias” de vítimas, principalmente durante a Segunda Guerra Mundial, quando soldados atiravam no próprio corpo para se verem livres da dor.

ComoTudoFunciona

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Tabagismo e danos ao meio ambiente

O tabagismo é um grande e grave problema de saúde pública, pois não se limita aos danos causados à saúde do fumante e do fumante passivo. Engloba, também, os danos à saúde do plantador de folha de fumo (fumicultor) e dos seus familiares, visto que a mão-de-obra envolvida na cultura do fumo é predominantemente familiar.
Os danos ao ecossistema são incalculáveis, com prejuízos causados ao solo, com a contaminação de alimentos, da fauna e dos rios.
A natureza sofre também com o impacto do desmatamento em larga escala, sendo um fator de desequilíbrio ambiental, pois quando a cobertura vegetal é removida, na presença de chuva intensa, o solo torna-se pobre pela perda de seus nutrientes. Outro impacto ambiental tem como agente os inúmeros casos de incêndios causados pelo cigarro.
Você, com certeza, ficará surpreso ao descobrir as inúmeras agressões ao meio ambiente causada pelo fumo.

Desmatamento

A maior parte das regiões produtoras de fumo no Brasil localiza-se em regiões de topografia acidentada, impossibilitando a mecanização do trabalho, tornando-o extenuante para o fumicultor.
Inúmeras matas são derrubadas em maio, com o objetivo de limpar a terra para o início da semeadura do fumo. O desmatamento continua entre os meses de dezembro e fevereiro, época da colheita da folha do fumo, que necessita de secagem para sua preservação, armazenagem, transporte e processamento corretos.
As folhas de fumo são secas ou curadas em fornos que utilizam a lenha, intensificando o desmatamento.
A madeira das árvores desmatadas também é utilizada na maioria dos países em desenvolvimento, na infraestrutura da construção dos fornos que geralmente têm que ser reconstruídos em dois ou três anos, gerando outros desmatamentos.
Mais árvores são derrubadas para a prática da cura da folha do tabaco, responsável por dar características de sabor, aroma e cor ao tabaco.
Estudo realizado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) revelou que, a cada ano, cerca de 200 mil hectares de matas e florestas são destruídos no mundo para dar lugar a plantações de tabaco.
Estima-se que para a produção de 300 cigarros faz-se necessário a derrubada de 1 árvore, ou em outras palavras, a cada 20 cigarros consumidos por dia, 1 árvore é derrubada a cada 15 dias.
O desmatamento continua, pois para a fabricação do papel utilizado na manufatura do cigarro, mais árvores são sacrificadas. As condições naturais quanto à flora e à fauna da mata virgem nunca serão refeitas, apesar do reflorestamento das zonas desmatadas.
O desmatamento relacionado ao tabaco passou a ser considerado uma questão de relevância mundial, na medida em que contribui, em média, com quase 5% do total de desmatamentos em países desenvolvidos produtores de tabaco e afeta todos os continentes.

Desmatamento e disseminação de doenças infectocontagiosas

O impacto ambiental do desmatamento causado pela fumicultura leva à disseminação de outras doenças infecciosas e parasitárias, ao favorecer a disseminação de mosquitos da malária ou larvas de água doce que provocam esquistossomose e outras doenças, como filariose linfática, dengue, leishmaniose, doença de Chagas e meningite bacteriana.






Depleção e contaminação do solo

O início da preparação do solo para o plantio do fumo ocorre em abril, com o uso de uma grande quantidade de fertilizante.
Nos meses de maio a junho, a sementeira é preparada com o uso de exterminadores de pragas, de contaminadores do solo como os herbicidas, inseticidas, fungicidas, além do uso do brometo de metila, um potente esterilizador do solo, banido da agricultura mundial por contribuir para a destruição da camada de ozônio.
A seiva da planta de fumo absorve os desbrotantes, que têm a função de evitar o rebrotamento de folhas próximas à terra, ocasionado um crescimento maior na parte superior do caule.
O transplante das mudas é realizado entre julho e agosto, nesse processo são utilizados periodicamente também inseticidas e fungicidas.
No período da pré-colheita, compreendido entre outubro e dezembro, ocorre a maior contaminação do solo, pois altíssimas quantidades de agrotóxicos, entre eles os organofosforados e os carbamatos, são utilizados. Toda a família do fumicultor está envolvida na época da colheita, que corresponde aos meses de dezembro e janeiro, inclusive as crianças, que não raro adoecem nessa atividade de trabalho infantil.
O descarte dos recipientes de agrotóxicos já utilizados, em 80% dos casos, é feito de forma inadequada, sendo queimado ou jogado nas florestas. Vale ressaltar que muitos fumicultores mais idosos são de origem alemã, com grande dificuldade na compreensão da fala e leitura da língua portuguesa, o que dificulta o entendimento dos rótulos e dos receituários agronômicos.
O ecossistema é agredido pelo uso em larga escala e pelo descarte inadequado do resíduo de agrotóxico, contaminando os lençóis freáticos, os leitos dos rios, os alimentos e os animais.
O tabaco é uma planta que provoca a erosão ao empobrecer rapidamente o solo, pois utiliza mais nitrogênio, fósforo e potássio do que outros tipos de cultivo. Nos países tropicais, onde o teor de nutrientes do solo é mais baixo, o impacto da depleção do solo é maior.

Tabagismo e incêndios

O simples fato de lançar uma ponta de cigarro pela janela do veículo na estrada, onde há uma mata seca, pode gerar graves consequências. Nas áreas rurais e urbanas, 25% dos incêndios ocorrem devido ao descarte inadequado das pontas de cigarros.
Em 2007, uma nova lei foi promulgada em Los Angeles - Califórnia, onde passou a ser proibido o fumo em parques e praias para evitar riscos de incêndios.

Diversificação da fumicultura, uma solução para o futuro

A recuperação do solo só será possível com o uso de grande quantidade de fertilizante. Outra possibilidade é através do sistema de cultivo rotativo, para restaurar seus nutrientes, caso contrário o solo ficará empobrecido por anos, só voltando a produzir à custa de alta tecnologia e de caros fertilizantes artificiais.
Segundo o Ministério do Desenvolvimento Agrário U$ 5 milhões estão sendo investidos, para a pesquisa e a sensibilização dos fumicultores, no incentivo à diversificação da cultura do fumo nas regiões produtoras. A fumicultura poderá ser substituída pelo plantio de flores, frutas e plantas medicinais.

ComoTudoFunciona

As “maiores” árvores do mundo

O patrimônio genético, as condições ambientais e também eventuais acidentes determinam o tamanho e a duração de vida dos seres vivos. E em se tratando de idade e tamanho as árvores são as campeãs.
De acordo com estudiosos da área, as maiores e mais altas árvores da Terra são coníferas e pertencem à família botânica Taxodiacea. A grande maioria delas se localiza na costa da Califórnia, oeste dos Estados Unidos, e pertence a duas espécies: Sequoia sempervirens, conhecida simplesmente como sequoia e Sequoiadendron gigantea, mais conhecida como sequoia gigante ou "bigtree" (em inglês – árvore grande).
As sequoias são também os seres vivos mais velhos. Algumas chegam a ter cerca de 4 mil anos.  Neste artigo, listei as oito maiores árvores do mundo - em diversos aspectos. Além das sequoias, conheça também a mais alta árvore latifoliada, a mais alta árvore tropical, entre outras.

Sequoia gigante - Sequoiadendron gigantea

Estudos indicam que as árvores desta espécie chegam a ter mais de 4 mil anos. E elas simplesmente não param de crescer. O exemplar mais famoso é a árvore conhecida como General Sherman. Esta é considerada a maior árvore do mundo em termos de volume. A árvore encontra-se preservada no Parque Nacional de Sequoias, Califórnia, Estados Unidos.
Sua casca é fibrosa e chega ter 60 cm de grossura. Suas folhas são parecidas com as folhas dos pinheiros. As sementes ficam dentro de cones, sendo que cada cone tem em média 230 sementes.

Sequoia - Sequoia sempervirens

As árvores desta espécie são chamadas simplesmente de sequóias ou ainda de “redwood” nos Estados Unidos, em função de seu tronco ter uma tonalidade avermelhada.
O grande destaque desta espécie é o porte de suas árvores. Uma sequoia pode viver milhares de anos e no final de sua vida ultrapassar fácil os 100 metros de altura. As sequóias, por incrível que pareça, são maiores até mesmo do que as sequoias gigantes. Seus troncos são tão grandes que é possível escavar sua base para construir um túnel para carros.
Assim como as sequóias gigantes, as sequóias também têm a sua origem na Califórnia, EUA. No dia 8 de setembro de 2006, os naturalistas Chris Atkins e Michael Taylor descobriram a maior delas, considerada a árvore mais alta do mundo.
A sequóia recebeu o nome de Hyperion e tem 115,55 metros de altura. Dizem ainda que se não fossem os pica-paus que atacaram a sua copa, ela chegaria facilmente aos 116 metros. As autoridades norte-americanas não informaram a sua exata localização com medo de que ela possa vir a ser danificada por turistas. Sabe-se, porém, que a Hyperion está no Parque Nacional de Redwood, ao norte de São Francisco, nos Estados Unidos.

Eucalipto - Eucalyptus regnans

As árvores desta espécie são popularmente conhecidas como eucaliptos e pertencem à família botânica família Myrtaceae. Estas são as árvores latifoliadas, isto é, não coníferas, mais altas do mundo.
Os eucaliptos são bastante conhecidos por nós, brasileiros, e já temos conhecimento de sua capacidade de crescer bem. As sequóias são sim, bem altas também, mas muitas delas ficam tão grandes por estarem protegidas dentro de parques nos Estados Unidos. A história dos grandes eucaliptos já é bem diferente.
A grande maioria dos eucaliptos gigantes encontra-se (ou encontrava-se) na Austrália. As árvores mais altas já não estão mais vivas – muitas morreram em função da idade avançada e outras foram simplesmente derrubadas.
Alguns desses eucaliptos que já não estão mais em pé chegaram a ter mais de 130 metros de altura. Uma delas chamava-se Ferguson Tree e tinha cerca de 150 metros de altura e 5,5 metros de diâmetro. Outra recebeu o nome de Robinson Tree e tinha 143 metros de altura.
Árvores tão altas como essas duas já não são mais encontradas. Porém, no continente australiano é bastante comum encontrarmos eucaliptos que medem entre 80 e 100 metros.

Tualang - Koompassia excelsa

O recorde mundial de árvore tropical mais alta do mundo pertence à espécie Koompassia excelsa, popularmente chamada de “tualang”, “tupang” ou “sialang”. As árvores desta espécie pertencem à família botânica Leguminosae e podem ser encontradas na Indonésia, Malásia, Filipinas e Tailândia.
A maior delas foi registrada em 1902, na Indo-Malásia, com 84 metros de altura.




Baobá - Adansonia digitata

Esta é a espécie que tem as árvores que possuem o maior diâmetro.  Trata-se dos baobás, árvores nativas da ilha de Madagascar. Os baobás não são altos – possuem algo entre 5 e 25 metros de altura – porém o diâmetro do tronco podem chegar a 11 metros.
Estas árvores se desenvolvem em regiões áridas e destacam-se pela capacidade de armazenar água dentro do tronco – algo em torno de 120 mil litros. Suas folhas caem durante a estação seca.
Aqui no Brasil, encontramos baobás no nordeste, especialmente no estado de Pernambuco. Dizem até que Saint Exupéry se inspirou no baobá da Praça da República, no Recife, para escrever O Pequeno Príncipe.

Cajueiro de Pirangi

O Brasil também consta na lista de países que têm as “maiores árvores do mundo”. Prova disso é o Cajueiro de Pirangi, o maior cajueiro do mundo, localizado no Rio Grande do Norte. O recorde do cajueiro não diz respeito à sua altura e sim à área ocupada pelo pé de caju – algo em torno de 8.500 m2. Seu perímetro é de aproximadamente 500 metros.
Diz a lenda que o pé de caju foi plantado em 1888 por um pescador que morreu aos 93 anos de idade sob as sombras de seu cajueiro. O crescimento do cajueiro de Pirangi é explicado por duas anomalias genéticas: seus galhos cresceram para os lados e com o passar do tempo e em função do peso curvaram-se para baixo; ao alcançarem o solo estes mesmos galhos criaram raízes e cresceram novamente como se fossem troncos de uma outra árvore.
Quem olha de fora acha que existem vários cajueiros, mas na verdade toda aquela extensão é ocupada por uma única árvore. O Cajueiro de Pirangi dá cerca de 500 cajus por dia.

Jequitibá

Os jequitibás são árvores de troncos grandes – tanto em comprimento como em diâmetro. As árvores pertencem à família das Lecitidáceas.
Estas são árvores nativas da Mata Atlântica e encontradas principalmente na região sudeste. Em tupi-guarani, o nome jequitibá significa “gigante da floresta” e não é para menos. No meio da floresta, os jequitibás como jatobás, sapucaias e angelins podem ser vistos bem acima das demais árvores. Há registros de jequitibás de 60 metros de altura.
No Parque Estadual do Vassununga, em Santa Rita do Passo Quatro, São Paulo, está o jequitibá mais alto do Brasil que ainda está em pé. Trata-se do Patriarca da Floresta, jequitibá-rosa de 3 mil anos e que possui 49 metros de altura e uma circunferência de 16 metros. Para dar a volta em seu tronco é preciso ter dez pessoas de mãos dadas.



Coccoloba

Esta não é a árvore mais alta e nem a que tem o maior diâmetro. Porém, a Coccoloba, encontrada na Bacia do Rio Madeira, na Amazônia, é a árvore que apresenta a maior folha do mundo. 

Isso mesmo. A folha da Coccoloba, árvore da família Poligonacea, pode medir até 2,5 metros de comprimento e ter 1,4 metro de largura. Um exemplar dessa espécie já teve sua folha incluída até mesmo no Guiness Book - o livro dos recordes. 
A Coccoloba possui a maior folha do mundo entre as dicotiledôneas (plantas superiores). Imagine só - uma única folha da Coccoloba pode envolver um homem adulto como um charuto.

ComoTudoFunciona

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Os maiores acidentes nucleares da história

Chernobyl, 1986

Conhecido como o pior acidente nuclear da história, e o único a receber classificação 7, nível máximo na escala da Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea), a catástrofe de Chernobyl ocorreu durante um teste de sistema no reator 4 da central nuclear, perto da cidade de Pripyat, na antiga República Socialista Soviética da Ucrânia.
No dia 26 de abril, uma série de explosões liberou na atmosfera um volume de partículas radiotivas 400 vezes maior que o liberado pela bomba atômica de Hiroshima, no Japão, após a Segunda Guerra Mundial. Cerca de 200.000 km² de terra foram contaminados. Um relatório da ONU, lançado em 2005, estimou em 4 mil o número de pessoas mortas "provavelmente de câncer" na Bielo-Rússia, Ucrânia e Rússia.
Mas estudos recentes multiplicam por 10 os registros de óbitos e apontam centenas de anomalias relacionadas à tragédia nuclear. Pripyat (foto), que foi construída para servir de moradia para trabalhadores da usina de Chernobyl, agora não passa de uma cidade fantasma.

Kyshtym, 1957

Após a Segunda Guerra Mundial, a União Soviética estava empenhada em alcançar o poderio nuclear dos Estados Unidos. O governo contratou cientistas renomados para trabalhar em um programa que deu origem a uma dúzia de usinas atômicas pelo país, incluindo a construção da usina de Mayak, próxima à pequena cidade de Kyshtym. Mas a pressa em erguer o projeto foi negligente em relação à segurança.
No dia 29 de setembro, uma falha no sistema de refrigeração do compartimento de armazenamento de resíduos nucleares causou uma explosão em um tanque com 80 toneladas de material radioativo. As partículas liberadas contaminaram a região de Mayak e cidades próximas num raio de 800km. Como a cidade de Ozyorsk, sede da tragédia, não integrava oficialmente o mapa soviético, o acidente nuclear ficou conhecido como "O Desastre de Kyshtym", em referência à cidade vizinha.
Na ocasião, o governo russo forçou a evacuação de 10 mil pessoas das áreas afetadas, privando-as de explicações. Só uma semana depois, com o surgimento dos primeiros efeitos físicos e anomalias, é que a população foi oficialmente informada sobre o acidente nuclear. Estima-se que pelo menos 200 pessoas morreram de câncer em decorrência da exposição à radiação.

Three Mile Island, 1979

O maior acidente nuclear da história dos Estados Unidos, com nível 5 na Escala Internacional de Eventos Nucleares, ocorreu na usina de Three Mile Island, perto de Harrisburg, capital da Pensilvânia. Em 28 de março de 1979, uma pequena válvula foi aberta para aliviar a pressão do reator nuclear, mas, por uma falha técnica, a válvula não voltou a fechar e causou o vazamento de água fervente dentro do núcleo, já superaquecido.
A fusão parcial na usina conseguiu ser controlada e não causou mortes nem ferimentos entre os trabalhadores ou membros das comunidades vizinhas, mas trouxe muitas mudanças relativas à regulamentação das centrais nucleares e sistemas de segurança capazes de responder a emergências.

Windscale, 1957

Mas um acidente fruto da negligência com a segurança, dessa vez no Reino Unido. Durante a corrida armamentista nuclear, após a Segunda Guerra Mundial, a Inglaterra resolveu construir uma bomba atômica o mais rápido possível, na cidade de Windscale.
O incidente ocorreu no dia 10 de outubro de 1957, com um incêndio no núcleo do reator britânico, que levou ao vazamento de material radioativo para a atmosfera das regiões vizinhas. Temendo manchar a imagem do seu programa nuclear, o governo inglês tentou esconder o acidente, que teria causado mais de duas centenas de casos de câncer entre as comunidades vizinhas ao incêndio.

Tokaimura, 1999

Sede da indústria nuclear japonesa há mais de 60 anos, Tokaimura, a 140 km de Tóquio, foi palco de um dos piores acidentes envolvendo usinas de energia atômica no Japão.
Em 30 de setembro de 1999, funcionários de uma fábrica de reprocessamento de urânio usaram quantidades excessivas do elemento metálico radioativo em um reator desativado há mais de um ano. Mais de 600 pessoas foram expostas à radiação alta liberada após uma reação nuclear descontrolada no reator.




Bohunice, 1977

Classificado como de grau 4, o acidente na usina de Bohunice, na Tchecoslováquia, então parte da União Soviética, ocorreu no dia 22 de fevereiro de 1977. Após uma mudança de combustível nuclear, alguns absorventes de umidade que cobrem as barras de combustível não foram removidos corretamente.
Com isso, a ação do gás refrigerante que atua na manutenção da temperatura do reator foi afetada e o combustível sofreu um superaquecimento, que levou à corrosão do reator. Gases radioativos se espalharam por toda a área da usina. Segundo a Aiea, não existem estimativas adequadas sobre feridos ou mortos porque, na ocasião, o acidente teria sido encoberto pelo governo.

Goiânia, 1987

No Brasil, em 13 de setembro 1987, um acidente radiológico envolveu o Césio-137, poluente tóxico sem níveis seguros de exposição. Uma cápsula contendo o elemento foi encontrada nos escombros do Instituto Goiano de Radioterapia e vendida a um ferro-velho (foto).
A luminescência do césio atraiu a atenção de moradores da região que o passaram de mão em mão. Mais de 800 pessoas foram contaminadas e pelo menos outras 200 morreram devido aos efeitos da radiação.



Submarino K-19, 1961

Apelidado de "Fazedor de Viúvas", o K-19, primeiro submarino soviético a carregar mísseis balísticos, estava em exercício no Atlântico Norte no dia 4 de julho de 1961, quando uma falha no sistema de refrigeração aumentou a temperatura do reator a ponto de ameaçar o derretimento do seu núcleo.
Para reparar o problema, todos os 139 tripulantes, além do capitão, permaneceram a bordo, expostos à radiação que vazava do compartimento do reator. O sacrifício dos marinheiros impediu uma explosão nuclear semelhante à de Chernobyl.

Yucca Flat, 1970

Localizada a 65 quilômetros de Las Vegas, Yuca Flat é uma das regiões de testes nucleares do estado americano de Nevada. No dia 18 de dezembro de 1970, um exercício de detonação de dispositivo de alta potência no subterrâneo da região provocou rachaduras no solo e detritos radioativos escaparam para a atmosfera. Oitenta e seis trabalhadores no local foram expostos a radiação.



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