Não. As gotas de chuva arrastam
partículas soltas no ar. E muitas delas são poluentes altamente tóxicos.
No meio do caminho entre a
formação das gotículas nas nuvens e o chão, há diversas substâncias na
atmosfera. E elas podem ser tóxicas, especialmente se você estiver em uma
cidade grande ou industrial. A chuva carrega poluentes da queima de
combustíveis, como o benzeno, que é cancerígeno. Aliás, é por isso que a chuva deixa
o ar mais limpo, pois ela varre a sujeira do céu. E não se engane. Longe dos
centros urbanos, a água tampouco é potável. O ar é mais limpo, mas as nuvens
podem vir de cidades distantes. Um exemplo histórico foi o caso de chuva ácida
nos aparentemente incólumes lagos noruegueses, em 1881. Ela trazia partículas
de carvão da Inglaterra, a mais de 1 000 km. No Brasil, uma pesquisa realizada
pela USP mostrou que os poluentes gerados em São Paulo podem se espalhar por
até 350 km em caso de ventos fortes. Além disso, água da chuva de
nuvens formadas no campo podem ter excesso de cálcio e potássio. Já nuvens do
litoral têm sódio. Essas substâncias podem causar hipertensão e problemas de
coração, entre outros. Ou seja, água de chuva não é recomendada para consumo.
Até mesmo a de cisternas precisa ser tratada antes.
Água tem gosto?
Sim. E existe até sommelier de
água
Especialistas conseguem detectar
até 20 variantes de sabor da água. A classificação vai de notas florais a gosto
de vegetação, terra e até peixe. Mas são variações mínimas, dentro do
permitido, que só alguém treinado percebe. "É um parâmetro que usamos para
qualificar, mas eu já bebi a água de diferentes sistemas [onde ela é captada] e
não percebi mudança no gosto", diz Marcelo Morgado, assessor de meio
ambiente da Sabesp. Por falar em sistemas de água, a da torneira, por lei, é
potável. Mas, na prática, é preciso checar caixa d’água, encanamento e o
serviço de abastecimento antes de sair bebendo por aí.
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