quarta-feira, 20 de março de 2013

Água: mecanismos para sua utilização


Ligações clandestinas, vazamentos, obras mal executadas... A lista de problemas na rede de abastecimento é grande e gera perdas vultosas - em média de cada 100L só 60L chegam à sua casa. Um desperdício imperdoável para um recurso tão precioso. Já pensou em quanta água se perde no caminho entre a estação de tratamento e a torneira da sua casa? Não é pouca coisa. Um estudo feito pelo Instituto Trata Brasil revela que quase 40% da água tratada no Brasil é desperdiçada. Um quadro imperdoável para um recurso tão precioso e cada vez mais escasso. A título de comparação, na Europa, essa taxa é de 15% e no Japão, de apenas 3%.

No Estado do Amapá a situação é mais grave, já que sua participação na produção nacional de água é de apenas 0,54%, apesar de termos água em fartura na nossa região. Aqui a média de perdas de faturamento é de 74,16%, muito alto para uma população pequena. A receita operacional direta de água (R$ mil/ano) é de 28.761 e a receita aumentaria se as perdas se reduzissem em 10% para (R$/mil): 8.253.

Em sistemas públicos de abastecimento, do ponto de vista operacional, as perdas de água são consideradas correspondentes aos volumes não contabilizados. Esses englobam tanto as perdas físicas, que representam a parcela não consumida, como as perdas não físicas, que correspondem à água consumida e não registrada.

As perdas físicas originam-se de vazamentos no sistema, envolvendo a captação, a adução de água, o tratamento, a reservação, a adução de água tratada e a distribuição, além de procedimentos operacionais como lavagem de filtros e descargas na rede, quando estes provocam consumos superiores ao estritamente necessário para operação.

As perdas não físicas originam-se de ligações clandestinas ou não cadastradas, hidrômetros parados ou que submedem, fraudes em hidrômetros e outras. São também conhecidas como perdas de faturamento, uma vez que seu principal indicador é a relação entre o volume disponibilizado e o volume faturado.

A redução das perdas físicas permite diminuir os custos de produção - mediante redução do consumo de energia, de produtos químicos e outros – e utilizar as instalações existentes para aumentar a oferta, sem expansão do sistema produtor.

A redução das perdas não físicas permite aumentar a receita tarifária, melhorando a eficiência dos serviços prestados e o desempenho financeiro do prestador de serviços. Contribui indiretamente para a ampliação da oferta efetiva, uma vez que induz à redução de desperdícios por força da aplicação da tarifa aos volumes efetivamente consumidos.

O combate a perdas ou desperdícios implica, portanto, redução do volume de água não contabilizada, exigindo a adoção de medidas que permitam reduzir as perdas físicas e não físicas, e mantê-las permanentemente em nível adequado, considerando a viabilidade técnico-econômica das ações de combate a perdas em relação ao processo operacional de todo o sistema.

A estimativa das perdas em um sistema de abastecimento se dá por meio da comparação entre o volume de água transferido de um ponto do sistema e o volume de água recebido em um ou mais pontos do sistema, situados na área de influência do ponto de transferência.

Em relação às perdas físicas na rede distribuidora, nos ramais prediais registra-se a maior quantidade de ocorrência (vazamentos). Isso nem sempre significa, porém, que esta seja a maior perda em termos de volume. As maiores perdas físicas na distribuição, em volume, ocorrem por extravasamento de reservatórios ou em vazamentos nas adutoras de água tratada e nas tubulações da rede de distribuição.

As perdas não físicas correspondem aos volumes não faturados, ou seja, a água que é consumida pelo usuário e não faturada pelo serviço. Portanto, especial atenção deve ser dada, quanto às perdas de faturamento, ao cadastro de consumidores e sua permanente atualização, bem como à política de micromedição e manutenção preventiva de hidrômetros.

AMBIENTE BRASIL

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