Problema atingiu ainda
fornecimento de água e operadoras de telefonia celular
Um apagão registrado por volta de
19h30 de ontem (11) deixou 14 dos 16 municípios amapaenses no escuro por quase
três horas. Apenas as cidades de Oiapoque e Laranjal do Jari não sofreram com o
blackout porque nestas regiões a energia é distribuída por termoelétricas,
informou a assessoria de comunicação da Companhia de Eletricidade do Amapá
(CEA). O serviço só começou a ser reestabelecido após duas horas e meia. Mas
alguns bairros de Macapá, como o Muca, ficaram até três horas sem energia com
registro de quedas depois de voltar ao normal.
As causas ainda são
desconhecidas, mas a Eletrobrás Eletronorte, responsável pela maior parte da
geração de energia elétrica no Estado, adiantou que a linha de transmissão da
Usina Hidrelétrica Coaracy Nunes pode ter sofrido alguma falha. Rumores dão
conta de que a linha teria sido atingida por um raio.
Transtornos
O problema atingiu ainda o
serviço das operadoras de telefonia celular deixando os usuários incomunicáveis
por quase todo o período em que faltou energia. O abastecimento de água também
foi interrompido por conta do apagão. Por meio de uma rede social na Internet,
o presidente da Companhia de Água e Esgoto do Amapá (Caesa), Ruy Smith,
informou ontem que todos os sistemas do órgão ficaram fora do ar. “Pela demora,
após o retorno teremos de uma a cinco horas, conforme a região, para voltar ao
normal”, disse.
No ano passado, o gerente
regional da Eletronorte, Marcos Drago, confirmou à fragilidade dos Sistemas
Isolados. Em entrevista à Gazeta, ele admitiu que o Amapá não dispõe de folga
de geração, ou seja, não tem máquina térmica reserva para substituir aquela
que, eventualmente, sair de operação. “O serviço é operado através de geração
térmica, que é muito cara, e manter uma reserva é mais caro ainda. E esse é um
sistema muito frágil onde qualquer variação de parâmetro no controle da máquina
faz com que ela saia de operação, como problemas de pressão, temperatura, gases
e outros”, revelou em junho de 2012.
Há tempos que a população vem
sofrendo os efeitos do sucateamento da rede. O Sindicato dos Urbanitários do
Amapá, que representa os funcionários da CEA, já vinha apontando a sobrecarga
de alimentadores e a falta de investimentos e manutenção preventiva na rede
sucateada que distribui o serviço. “O que ocorre no Estado é a manutenção
corretiva, isto é, a Companhia só se preocupa em corrigir as falhas quando é
detectado algum problema emergencial”, denuncia o presidente da entidade,
Audrey Cardoso.
Desligamentos
O blackout aconteceu no mesmo dia
em que a CEA anunciou desligamentos programados em vários bairros da capital a
fim de substituir postes de madeira para concreto, bem como garantir a
segurança na poda de árvores. Os desligamentos seguem hoje (11) nas ruas
Francisco Xavier das Chagas, das 8h30 às 11h; Padre Vitório Galliani, das 8h30
às 13h; Maria R. Barros Machado, das 14h30 às 17h e Cláudio Lúcio Monteiro, das
9h às 13h.
Coletiva
Representantes da Eletrobrás e
CEA concederam entrevista coletiva hoje às 9 horas para explicar as causas do
apagão. O evento aconteceu no auditório da Eletronorte, na rua Paraná com av.
Antônio Coelho de Carvalho, bairro Santa Rita. (Maiara Pires/aGazeta)