Um novo estudo do Programa de
Povos da Floresta (FPP) publicado nesta semana revelou que entre 1,2 bilhões e
1,7 bilhões de pessoas, cerca de 20% da população mundial, dependem diretamente
das florestas para sua sobrevivência. Os dados divulgados pelo FPP não
contabilizam pessoas que dependem indiretamente das florestas ou apenas de seus
serviços, como regulação climática, fornecimento de água e sequestro de
carbono.
A pesquisa indica que, destas
pessoas, cerca de 200 milhões são consideradas indígenas. O relatório também
detalha informações sobre a região, o país e o tipo de floresta que cada
população habita.
Mais de 800 milhões de pessoas
vivem das florestas tropicais, enquanto 60 milhões nas florestas boreais. A
China, a Índia, a Indonésia e o Paquistão têm os maiores números de pessoas
dependentes das florestas, com 105 milhões, 84 milhões, 70 milhões e 42 milhões
respectivamente.
Segundo as informações, muitas
dessas pessoas são pequenos proprietários que dependem de agricultura de
subsistência ou agrossilvicultura. Apenas uma pequena parte destas populações
são verdadeiramente nômades.
Ainda de acordo o documento,
cerca de 20 milhões de pessoas estão empregadas formalmente no setor florestal,
e entre 47 milhões e 140 milhões trabalham em empresas formais ou informais que
dependem das florestas.
Mas apesar destes números e de
muitos destes povos viverem das e nas florestas há séculos, a maioria não tem a
posse legal destas terras, o que coloca sua situação em risco, particularmente
na África, na América do Sul e no sudeste da Ásia.
Nestes lugares, as florestas, que
são propriedade do estado, frequentemente são vendidas ou arrendadas para
empresas ou outros países para a agricultura, a extração de madeira e a
mineração sem a consulta ou o consentimento dos povos locais, que são
geralmente expulsos dos locais.
Atualmente cerca de 350 milhões de pessoas correm o risco de perder seus lares
para a grilagem de terras, já que seus direitos à terra não são reconhecidos
pelas legislações nacionais.
Neste sentido, o programa
ressalta que a publicação do documento é muito importante, pois pode servir
para ajudar a regularizar a situação destas populações em relação ao local onde
vivem e melhorar suas condições de vida e de trabalho.
Esse relatório procura
conscientizar sobre a existência de povos que dependem principalmente das
florestas para sua subsistência, e reforçar sua visibilidade como atores chave
e detentores de direitos no manejo e uso das florestas e seus recursos. Esses
números podem servir como referências úteis na defesa do reconhecimento dos
direitos legais e humanos dos povos das florestas.
(Instituto CarbonoBrasil)
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