O caramujo gigante africano
voltou a atacar em Macapá, dessa vez no bairro São José e vem causando muitos
transtornos de ordem ambiental e de saúde pública.
O Achatina Fulica possui apenas 15 centímetros de diâmetro e pesa até
200g, podendo provocar doenças em humanos e animais domésticos, contaminar a
água e arrasar jardins e plantações; é capaz de se reproduzir de forma rápida, se
proliferando principalmente na região litorânea e já foi detectado em quase
todos os Estados brasileiros (25 deles).
Foi introduzido no Brasil com
objetivo de ser cultivado para substituir o escargot (Helix ssp) nos restaurantes especializados em comidas exóticas e
caras. Como o objetivo não foi alcançado e, principalmente por falta de
informação, criadores soltaram os caramujos no meio ambiente, o que gerou uma
exponencial proliferação no território brasileiro. Esses moluscos têm
comprovado sua ação nociva, pois estabelecem populações em vida livre e se
tornam séria praga agrícola. São também considerados vilões na redução da
biodiversidade do planeta.
O Brasil possui um excelente
ambiente para sua proliferação, além de ter poucos agentes biológicos que
possam controlá-lo. Na região Amazônica a preocupação é maior, pois o caramujo
africano pode competir com a fauna nativa e causar desequilíbrio ecológico.
Recentes estudos registram que mais de 500 tipos de plantas são devoradas por
este molusco, além disso, comem papelão, isopor e até sola de sapato.
O caramujo africano pode de fato
transmitir ao homem os vermes que causam peritonite e meningite. Potencialmente,
esse molusco pode hospedar dois parasitos. O primeiro deles é o Angiostrongylus cantonensis, responsável
por um tipo de meningite que ocorre principalmente na Ásia, havendo alguns
casos descritos em Cuba, Porto Rico e Estados Unidos. Embora no Brasil não haja
registro dessa parasitose, sua introdução é possível, principalmente em regiões
próximas às áreas portuárias, através de ratos de navios que chegam de países
asiáticos.
Além da questão ambiental e da
saúde humana e animal, esses caramujos são também considerados pragas
agrícolas, pois se alimentam vorazmente de vários tipos de plantas ornamentais
e de culturas de subsistência.
MÉTODOS DE CONTROLE
- Catação manual (com luvas descartáveis ou sacos plásticos) do caramujo e seus ovos, colocando-os em sacos plásticos com sal e depois de mortos sendo recolhidos pelo serviço de coleta de lixo ou enterrá-los em um buraco de aproximadamente 80 cm com adição de cal;
- Embalagens em sacos plásticos, colocar os caramujos em vasilhame com salmoura (5 colheres de sal para um litro de água) e depois de mortos, colocar para recolhimento pelo serviço de coleta de lixo em latões com adição de cal virgem ou enterrar em buraco de aproximadamente 80 cm com a cal virgem em terrenos baldios. A cal evita a contaminação do solo e do lençol freático;
- Incineração, macerar os caramujos e enterrá-los em um buraco de aproximadamente 80 cm com adição de cal virgem ou com adição de cloro antes do enterramento.
RECOMENDAÇÕES À POPULAÇÃO
- Não utilizar os caramujos gigantes africanos como alimento ou isca para pescar;
- Não tentar criá-los, pois há legislação proibindo;
- Não utilizar agroquímicos para exterminá-los, pois pode provocar intoxicações nas pessoas e a contaminação do meio ambiente;
- Não deixar crianças brincarem com os caramujos ou efetuar catação manual;
- Não jogar os caramujos vivos no lixo, terrenos baldios ou qualquer outro local;
- Efetuar a catação manual dos caramujos, protegendo as mãos com sacos plásticos ou luvas, evitando o contato da secreção do caramujo com a pele humana. Depois de efetuada a catação, os caramujos deverão ser sacrificados e descartados, conforme citado acima;
- A catação deve ser feita manualmente nas áreas endêmicas, pois essa é a única técnica possível conhecida e segura e repetida com frequência, pois esses animais se reproduzem com muita rapidez;
- Em áreas endêmicas ao caramujo, desinfetar verduras, legumes e frutas em uma solução de água clorada (1 colher de sopa de água sanitária em 1 litro de água) deixando-as submersas por 30 minutos;
- Manter o quintal e terrenos de sua propriedade em boas condições de limpeza retirando entulhos, vasilhames velhos, madeiras, matos e fezes dos animais domésticos, evitando assim a criação e infestações por caramujos;
- Em locais sujeitos à infestação devem ser colocadas iscas das plantas preferidas ou iscas molusquicidas. As consequências da proliferação do caramujo gigante africano no território brasileiro ainda não são mensuráveis, mas os registros dos danos até o momento são extremamente preocupantes.
Tribunaamapaense
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