Ligações clandestinas,
vazamentos, obras mal executadas... A lista de problemas na rede de
abastecimento é grande e gera perdas vultosas - em média de cada 100L só 60L
chegam à sua casa. Um desperdício imperdoável para um recurso tão precioso. Já
pensou em quanta água se perde no caminho entre a estação de tratamento e a torneira
da sua casa? Não é pouca coisa. Um estudo feito pelo Instituto Trata Brasil
revela que quase 40% da água tratada no Brasil é desperdiçada. Um quadro
imperdoável para um recurso tão precioso e cada vez mais escasso. A título de
comparação, na Europa, essa taxa é de 15% e no Japão, de apenas 3%.
No Estado do Amapá a situação é
mais grave, já que sua participação na produção nacional de água é de apenas
0,54%, apesar de termos água em fartura na nossa região. Aqui a média de perdas
de faturamento é de 74,16%, muito alto para uma população pequena. A receita
operacional direta de água (R$ mil/ano) é de 28.761 e a receita aumentaria se
as perdas se reduzissem em 10% para (R$/mil): 8.253.
Em sistemas públicos de
abastecimento, do ponto de vista operacional, as perdas de água são
consideradas correspondentes aos volumes não contabilizados. Esses englobam
tanto as perdas físicas, que representam a parcela não consumida, como as
perdas não físicas, que correspondem à água consumida e não registrada.
As perdas físicas originam-se de
vazamentos no sistema, envolvendo a captação, a adução de água, o tratamento, a
reservação, a adução de água tratada e a distribuição, além de procedimentos
operacionais como lavagem de filtros e descargas na rede, quando estes provocam
consumos superiores ao estritamente necessário para operação.
As perdas não físicas originam-se
de ligações clandestinas ou não cadastradas, hidrômetros parados ou que
submedem, fraudes em hidrômetros e outras. São também conhecidas como perdas de
faturamento, uma vez que seu principal indicador é a relação entre o volume
disponibilizado e o volume faturado.
A redução das perdas físicas
permite diminuir os custos de produção - mediante redução do consumo de
energia, de produtos químicos e outros – e utilizar as instalações existentes
para aumentar a oferta, sem expansão do sistema produtor.
A redução das perdas não físicas
permite aumentar a receita tarifária, melhorando a eficiência dos serviços
prestados e o desempenho financeiro do prestador de serviços. Contribui
indiretamente para a ampliação da oferta efetiva, uma vez que induz à redução
de desperdícios por força da aplicação da tarifa aos volumes efetivamente
consumidos.
O combate a perdas ou
desperdícios implica, portanto, redução do volume de água não contabilizada,
exigindo a adoção de medidas que permitam reduzir as perdas físicas e não
físicas, e mantê-las permanentemente em nível adequado, considerando a
viabilidade técnico-econômica das ações de combate a perdas em relação ao
processo operacional de todo o sistema.
A estimativa das perdas em um
sistema de abastecimento se dá por meio da comparação entre o volume de água
transferido de um ponto do sistema e o volume de água recebido em um ou mais
pontos do sistema, situados na área de influência do ponto de transferência.
Em relação às perdas físicas na
rede distribuidora, nos ramais prediais registra-se a maior quantidade de
ocorrência (vazamentos). Isso nem sempre significa, porém, que esta seja a
maior perda em termos de volume. As maiores perdas físicas na distribuição, em
volume, ocorrem por extravasamento de reservatórios ou em vazamentos nas
adutoras de água tratada e nas tubulações da rede de distribuição.
As perdas não físicas
correspondem aos volumes não faturados, ou seja, a água que é consumida pelo
usuário e não faturada pelo serviço. Portanto, especial atenção deve
ser dada, quanto às perdas de faturamento, ao cadastro de consumidores e sua
permanente atualização, bem como à política de micromedição e manutenção
preventiva de hidrômetros.
AMBIENTE BRASIL
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