Os aterros sanitários brasileiros
possuem um potencial energético suficiente para gerar eletricidade a 1,5 milhão
de pessoas. São 280 megawatts (MW) que podem ser produzidos a partir do
aproveitamento do biogás, o metano obtido por meio da decomposição do lixo. A
conclusão é do “Atlas Brasileiro de Emissões de GEE (gases de efeito estufa) e
Potencial Energético na Destinação de Resíduos Sólidos”, um estudo realizado
pela Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais
(Abrelpe).
Mas para que esse potencial se
transforme efetivamente em energia, ainda é necessário um investimento de quase
R$ 1 bilhão. A
estimativa foi feita com base no custo de US$ 5 milhões (R$ 9,87 milhões) para
instalação de uma planta média, com capacidade de geração de 3MW. Um dos
objetivos desse atlas é estimular que os negócios do setor sejam desenvolvidos.
A ideia é incentivar tanto o investidor a implantar e operar a geração de
energia, como também incentivar os órgãos de governo a estimular essa energia a
partir do lixo, como foram estimuladas outras fontes de energia, como a
eólica.
O estudo, realizado com apoio da
EPA (Environmental Protection Agency, a agência ambiental dos Estados Unidos) e
da Global Methane Initiative, mostra o potencial de aproveitamento do lixo no
Brasil, que em 2011 gerou 198 mil toneladas de resíduos sólidos urbanos por
dia. São 62 milhões de toneladas ao ano, das quais 11% não chegam sequer a ser
coletadas. E outros 41% (75 mil toneladas diárias) ainda têm destinação
inadequada, indo parar em lixões ou aterros sem condições seguras de proteção
ao meio ambiente.
A Abrelpe mapeou todos os 46
projetos brasileiros de redução de emissões de GEE com registro na ONU e
constatou que 22 deles preveem o aproveitamento energético do biogás. Desse
total, apenas dois aterros de São Paulo já produzem eletricidade: o São João,
na zona leste da capital paulista, e o Bandeirantes, fechado em 2007, que
chegou a receber metade de todo o lixo produzido na capital e possui 40 milhões
de toneladas de lixo enterradas – o suficiente para fornecer energia elétrica
para 300 mil pessoas.
Fonte: UOL
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