sexta-feira, 6 de abril de 2012

Peixe temos, o que falta são “borbulhas” de conscientização


Nosso país possui várias bacias hidrográficas, as quais comportariam uma grande produção de pescado. Entretanto, nossa grande disponibilidade de reserva aquática não é devidamente utilizada. São 12% de água doce, além das águas oceânicas, as quais banham uma grande parte do território brasileiro. As duas somadas se tornam o maior potencial pesqueiro que existe no mundo.

A pesca no Estado do Amapá caracteriza-se pela influência da sazonalidade do ciclo das chuvas, tendo como alvo, espécies de origem marinha (pescada amarela, gurijuba, etc.), durante a estação seca e espécies estuarinas da bacia amazônica (dourada, filhote, etc), durante a estação chuvosa.

O Estado do Amapá possui 10 municípios costeiros. A pesca artesanal no Amapá corresponde atualmente mais de 90% de toda a captura efetuada nas áreas costeiras do Estado e é realizada, principalmente de forma artesanal, sendo que geralmente a mão de obra utilizada é a familiar e a produção na maioria das vezes é de subsistência.

Apesar do reconhecimento e da importância da atividade pesqueira para o desenvolvimento socioeconômico do Estado, observa-se na maioria dos casos um grande descaso por parte dos órgãos responsáveis pelo setor – falta de embarcações, de tecnologia de pesca, de financiamento, bem como de um adequado entreposto de pesca - em relação à aplicação de políticas sérias de desenvolvimento deste potencial.

O controle da produção e estocagem, dados indispensáveis à definição das políticas públicas também é deficiente. Fato observado durante as coletas de dados, em que embarcações de outros estados entram na costa do Amapá praticando a atividade pesqueira, muitas das vezes de maneira irresponsável, enquanto que o Amapá desperdiça essa potencialidade, deixando de gerar emprego e lucro para o Estado.

O Amapá, como visto, possui um grande potencial pesqueiro, haja vista, que grande parte do pescado desembarcado no Estado do Pará, provém do Estado do Amapá, logo se todo o pescado desembarcasse no Amapá, sem dúvida, o Estado seria o primeiro em produção. A causa disso é a ausência de entrepostos de pesca, bem como de políticas públicas. Sabe-se que hoje, para se fazer uma gestão dos recursos pesqueiros adequados, no mínimo é necessário possuir dados de desembarque por espécie de peixe por um longo período e regulares. Então é necessário se fazer um trabalho junto a colônia no intuito de conscientizar os pescadores a respeito da quantidade desembarcada, bem como fazer uma avaliação da quantidade exata dos pescadores existentes.

O consumo de pescado tem tido um crescimento acelerado, isso em função de muitas variáveis, sendo o preço do peixe até a opção dos consumidores por uma alimentação mais saudável algumas delas. Por ser uma carne rica em proteínas e aminoácidos essenciais, o pescado tem valor nutricional superior às demais carnes.

Para aumentar a produção de pescado no país, devido à crescente necessidade do mercado, uma alternativa tem sido muito empregada com grande sucesso, por exemplo, é a criação de peixes em Tanque-Rede.

Sob o ponto de vista nutricional, o pescado possui características específicas que o fazem um alimento benéfico. Entre estas características sobressaem as seguintes:
  • Rico em proteínas de alta qualidade e de rápida digestibilidade;
  • Rico em lisina e aminoácidos essenciais. A lisina constitui mais do que 10% da proteína do pescado enquanto o arroz tem só 2,8%. Isto faz com que o pescado seja um complemento adequado para as dietas ricas em carboidrato características dos pobres;
  • Rico em micronutrientes que geralmente não são encontrados em alimentos básicos. Por exemplo, é uma importante fonte de vitaminas A e D, caso suas gorduras forem ingeridas. Também contem tiamina e riboflavina (Vitaminas B1 e B2). É fonte de ferro, fósforo e cálcio. O pescado marinho é fonte de iodo; 
  • O pescado também contribui com ácidos graxos necessários ao desenvolvimento do cérebro e do corpo. O peixe gordo é rico em ácidos graxos poli-insaturados, especialmente ômega-3.

Para se garantir a segurança alimentar é preciso capacidade de ABSORÇÃO do alimento. Para que isto possa ser possível, as condições de higiene e inocuidade do pescado são essenciais.

As más condições de manipulação, armazenamento e transporte do pescado fresco muito contribuem para a perda da qualidade e mesmo deterioração do pescado desembarcado. Neste caso está incluído o Brasil, onde o quadro é precário em quase todos os locais de descarga de pescado. 

As práticas tradicionais de passagem do pescado fresco através de um ou mais intermediários, em sua viagem do pescador ao consumidor final, também contribui decisivamente para a perda da qualidade e a deterioração do pescado fresco disponível ao consumidor nas feiras livres, mercados, peixarias e supermercados do país. A indústria também é prejudicada pelo recebimento de matéria prima de qualidade inferior a desejável.

Práticas artesanais e/ou industriais inadequadas de preservação e processamento dão como resultado produtos de qualidade inferior e mesmo deteriorados, aumentando estas perdas. Más condições de transporte, armazenamento, comercialização e distribuição também contribuem para o aumento das perdas pós-captura.

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