Levantamento da consultoria
britânica Maplecroft lista as regiões mais vulneráveis à escassez de água. Mais
da metade fica no Oriente Médio, região onde cada gota pode emergir como uma
nova fonte de conflito.
1 - Bahrein
O país mais pobre do Oriente
Médio é também o que mais sofre com a escassez de água, segundo o ranking da Maplecroft. Mais da metade do território do
Bahrein é desértico ou semidesértico. Em meio a crescente demanda pelo recurso,
associada ao aumento populacional, os especialistas temem o surgimento de
conflitos hídricos na região, que vive basicamente da exportação de petróleo.
No interior, um pouco mais úmido, produz-se sorgo (um cereal) para consumo
interno e algodão para exportação, mas com dificuldade.
2 - Qatar
No Qatar, a escassez de água é
apontada pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura
(FAO) como o principal problema. A ausência de rios perenes faz com que a
agricultura seja quase inteiramente dependente de irrigação com água bombeada.
Estima-se que os aquíferos de Qatar se esgotarão entre 20 e 30 anos, se
mantidas as taxas atuais de retirada das águas subterrâneas. Além disso, o
aumento do desenvolvimento urbano e rural tem levado à poluição das fontes.
3 - Kuwait
O pequeno país do Oriente Médio e
rei do petróleo corre "risco extremo" de desabastecimento de água,
segundo o relatório da Maplecroft. Rodeado pelo deserto, o Kuwait é considerado
o país mais seco do mundo e o único onde não existe água doce. Não há, ao longo
de seus 18 mil km² de território, nenhuma reserva, rios ou lagos, nem mesmo
aquíferos subterrâneos de água doce. Aproximadamente 75% de toda a
água potável consumida no país precisa ser dessalinizada ou importada. Essa é
uma questão estratégica devido às altas temperaturas da região, à falta de
chuva e à deteriorização do solo para cultivo. A escassez de água doce é,
inclusive, o principal entrave para o desenvolvimento da agricultura no país.
4 - Líbia
Como um país desértico, a Líbia
sofre para encontrar água fresca. Seus recursos hídricos, além de limitados,
são mal distribuídos pelo território. Para se ter uma ideia, a água de
superfície responde por menos de 3% do consumo total do país. Já os aquíferos
subterrâneos dão conta dos 97% do abastecimento para agricultura, indústria e
uso doméstico. Desde 1960, contundo, os níveis de água veem variando ano a ano
devido à irrigação intensiva. A queda anual nos níveis de água varia entre 0,5
m e 5 metros, o que muitas vezes leva ao ressecamento de aquíferos superficiais
ou permite a invasão de água salina.
5 - Djibouti
O quinto país à beira da seca,
segundo o ranking da Maplecroft, é vizinho da Etiópia e da Somália. Com clima
quente e seco durante todo o ano, Dijibouti não possui rios perenes e registra
apenas 150 mm de chuva por ano – volume que uma única tempestade forte despeja
sobre São Paulo em apenas 24hs. Pior, em Dijibouti, essa água evapora antes
mesmo de chegar aos lençóis freáticos, cujo acesso por comunidades locais, bem
como para a produção agrícola e precuária em pequena escala, não é nada fácil.
6 - Emirados Árabes
A escassez de água é uma das
questões que mais têm determinado as opções tecnológicas dos Emirados Árabes,
confederação no Golfo Pérsico formada por Abu Dhabi, Dubai, Sharjah, Ajman, Umm
al-Quwain, Ras al-Khaimah e Fujairah. O clima do país é árido, com temperaturas
muito elevadas no verão. Para driblar este cenário nada
favorável, os Emirados têm investido em unidades de dessalinização da água do
mar. Só Dubai deverá investir cerca de 20 milhões de dólares neste sistema nos
próximos sete anos. Até 2025, etima-se que será necessário investir 200 milhões
de dólares em programas de infraestrutura e de tratamento de esgoto.
7 - Iêmem
O Iêmem é a sétima nação do mundo
em risco extremo de secar. Mantidos os ritmos atuais de extração, os poços que
abastecem a capital Sanaa podem praticamente desparecer nos próximos dez anos.
Conflitos civis são a principal efeito de uma oferta de água que não acompanha
o crescimento populacional, um dos mais elevados do mundo, com taxa de
crescimento 3,46 por cento em 2008.
8 - Arábia Saudita
A Arábia Saudita é outro país que
vive a crise da água de forma dramática. Pela falta de corpos hídricos na
superfície, o abastecimento de água potável para o consumo e para outras
atividades agrícolas e industriais é quase que totalmente garantido por fontes
subterrâneas. Hoje, 90% da água de poços profundos é utilizada para fins
agrícolas. O problema é que esse recurso, já precariamente baixo, tem sido
contaminado há décadas por conflitos no Golfo Pérsico e pela infiltração de
poluentes da própria atividade agrícola. Em função disso, o país começou a
procurar novas fontes de água, movimento que pode resultar em pontos de tensão
política e conflitos com seus vizinhos.
9 - Omã
A incerteza paira sobre os
recursos hídricos deste pequeno país árabe. Secas constantes e um número
limitado de chuvas ajudam a aumentar as pressões sobre o fornecimento de água
para uso agrícola e também doméstico. O solo de Omã está cada vez mais
salinizado pela exploração desenfreada e mal coordenada das reservas
subterrâneas de água doce, o que muitas vezes permite a invasão de água salgada
no lençol freático das planícies costeiras.
10 - Egito
Verões rigorosos, demanda
crescente e aumento constante das tarifas tornam a situação do abastecimento de
água no Egito bastante complicada. Faltam sistemas de saneamento em larga
escala e menos de 15% da população conta com esgoto tratado. Durante o verão de
2008, muitos pessoas chegaram a beber água diretamente do próprio Nilo, o que
causou uma série de infecções. Em muitos casos, nas áreas rurais
onde não há canalização, os dejetos ficam a céu aberto, contaminando o solo e
consequentemente os escassos lençóis freáticos. O acesso ao Rio Nilo, sem o
qual o Egito seria um mero deserto, também está cada vez mais disputado por
outros países, como Uganda, Etiópia, Ruanda e Tanzânia. A totalidade da
população egípcia, estimada em 80 milhões de habitantes, retira do Nilo 90% de
seus recursos hídricos.
Exame
Nao ira demorar muito a PF. vai começar a prender os exportadores de agua do Brasil.
ResponderExcluirNao ira demorar muito a PF. vai começar a prender os exportadores de agua do Brasil.
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