A cura definitiva para o vírus da
AIDS pode estar próxima de ser descoberta.
De acordo com uma pesquisa
publicada no jornal Antiviral Therapy, os pesquisadores da Universidade de
Washignton nos EUA, encontraram uma toxina presente no veneno de abelhas que
pode auxiliar no combate ao vírus HIV.
Segundo os pesquisadores, eles
conseguiram fazer com que uma nanopartícula carregada com a toxina melitina
destruísse o vírus. Essa toxina é tão potente que conseguiu provocar buracos na
camada do invólucro que protege o HIV. Além disso, a toxina agiu apenas contra
o vírus e não destruiu outras células, o que significa que a descoberta pode
ser tida como sensacional.
Antonio Gomes, fisiologista da
Universidade de Calcutá, na Índia, estuda os efeitos medicinais dos venenos e
vê aspectos positivos nesta nova abordagem de combate ao vírus HIV: "Há
poucos relatos disponíveis no veneno baseado em tratamento contra vírus. Este
tipo de pesquisa tem o potencial para avançar ainda mais para o desenvolvimento
do produto”.
A toxina não atinge as células
normais, porque os cientistas adicionaram uma espécie de “para-choques” de
proteção em sua superfície, e quando uma célula normal se aproxima, por ser
muito maior que um vírus, a nanopartícula carregada com a toxina afasta-se da
célula. Já o vírus HIV é afetado e destruído porque ele, sendo menor que a
nanopartícula, acaba sendo atacado por ela.
"A melitina forma pequenos
complexos de poros e rompe o envelope do vírus, arrancando esse envelope",
diz Joshua L. Hood, um dos pesquisadores responsáveis pelo estudo. As células humanas que estão
sendo testadas com a melitina são células saudáveis obtidas a partir de paredes
vaginais. Os pesquisadores testaram essas células em especial, porque a vagina
é, em grande parte dos casos, o local onde o HIV entra no corpo das mulheres.
O objetivo final da pesquisa é
elaborar um gel vaginal com essas nanopartículas da toxina da abelha, que seria
eficaz na prevenção da disseminação do vírus HIV. Pesquisar e produzir
nanopartículas não são tarefas das mais fáceis. É por isso que esse gel terá
que passar por inúmeros obstáculos dentro do próprio laboratório antes de se
tornar um remédio que garanta resultado.
Segundo o pesquisador de
Biotecnologia da Universidade do Porto, em Portugal, Bruno Sarmento, o desafio
é produzir essas nanopartículas de forma robusta e homogênea para garantir que
todo o produto terapêutico seja de fato eficaz.
O pesquisador ainda acrescenta: “Para
um gel vaginal com esta tecnologia seria necessário propriedades adesivas para
garantir que as nanopartículas permaneçam no lugar certo, e evitem que o vírus
entrem na corrente sanguínea”.
Embora ainda haja prós e contras,
é visível que a ciência se aproxima cada vez mais de uma solução definitiva que
combata esse vírus que já matou milhões de pessoas em todo o mundo.
Fonte: www.jornalciencia.com
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