Guerra nuclear, pandemia viral,
mudança climática: a suposta profecia maia do fim do mundo não se cumpriu - o que já era esperado -,
mas o apocalipse já começou e a agonia será lenta, alertam os cientistas.
A ideia de que o mundo acabará
subitamente, por uma causa qualquer, é absurda. A Terra existe há mais de 4
bilhões de anos, e passarão ainda muitos outros antes de o Sol tornar nosso planeta
inabitável. Daqui a quase 5 bilhões de anos, o Sol se transformará em um
“gigante vermelho”, mas o calor crescente terá, muito antes, provocado a
evaporação dos oceanos e o desaparecimento da atmosfera terrestre. O astro se
resfriará depois, até a extinção.
Até lá, não existe nenhuma ameaça
astronômica ou geológica conhecida que poderia destruir a Terra. Mas será que a
ameaça poderia vir do céu, como demonstram algumas produções de Hollywood que
descrevem gigantescos asteroides em choque com a Terra? Uma catástrofe similar,
que implica um astro de 10 km a 15 km de diâmetro, caiu sobre a atual península
mexicana de Yucatán, causando provavelmente a extinção dos dinossauros há 65
milhões de anos.
Os astrônomos da Nasa afirmam que
não é provável que aconteça uma catástrofe similar em um futuro previsível. Foi estabelecido que não há
asteroides tão grandes perto do nosso planeta como o que terminou com os
dinossauros, declararam os cientistas, acalmando os temores de alguns sobre um
fim do mundo em breve.
Além disso, se um asteroide
provocou a extinção dos dinossauros e de muitas espécies, não conseguiu
erradicar toda a vida na Terra. A espécie humana teria a oportunidade de sobreviver.
Risco de pandemias –
Sobreviver a uma pandemia mundial de um vírus mutante, como a gripe aviária
H5N1, poderia ser mais complicado, mas “não provocaria o fim da humanidade”,
explica Jean-Claude Manuguerra, especialista em virologia do Instituto Pasteur
de Paris.
“A diversidade de sistemas
imunológicos é tão importante que há pelo menos 1% da população que resiste
naturalmente a uma infecção”, afirmou o especialista da revista francesa “Sciences
& Vie”, que consagrou um número especial ao fim do mundo.
Apesar da tese de uma guerra
nuclear ter perdido força desde o fim da Guerra Fria, ela não desapareceu
completamente.
O número de vítimas dependeria de
sua magnitude, mas inclusive um conflito regional – como entre Paquistão e
Índia – bastaria para causar um “inverno nuclear” com efeitos em todo o
planeta, como uma queda das temperaturas que impossibilitaria a agricultura,
por exemplo.
Mas os cientistas demonstram
inquietação com a mudança climática a alertam que o aquecimento do planeta é o
que mais se parece com o temido fim do mundo.
E desta vez não são simples
temores e hipóteses. Secas, tempestades e outras catástrofes naturais se
tornariam mais frequentes e intensas com o aumento das temperaturas mundiais,
que poderiam registrar alta de 2° C, 4° C e até 5,4° C até 2100.
Isso equivaleria a um suicídio
coletivo da espécie humana, advertem os cientistas, que intensificam os pedidos
para conter o devastador aquecimento do planeta.
(Fonte: G1)
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