A decisão está alinhada à posição
do grupo de buscar alternativas consideradas mais atrativas para a fábrica
instaladas no Pará.
O sonho de se produzir celulose
em plena Floresta Amazônica, que teve início em 1967 com o Projeto Jari, do
bilionário americano Daniel Ludwig, será paralisado mais uma vez. A Jari
Celulose, Papel e Embalagens, empresa controlada pelo Grupo Orsa (que assumiu
os ativos do Projeto Jari em 2000), vai interromper as atividades da sua
fábrica de celulose de eucalipto a partir de janeiro.
A decisão está alinhada à posição
do grupo de buscar alternativas consideradas mais atrativas para a fábrica
instalada em Almeirim, no Pará. A medida deve acabar beneficiando as
demais empresas do setor, em um momento no qual há expectativa de maior pressão
no mercado, por conta da entrada em operação da fábrica de celulose da
Eldorado, em Três Lagoas (MS).
No final de outubro, a Agência
Estado havia noticiado que o modelo de negócios da Jari na área de celulose
seria revisto. Em entrevista, o presidente do Grupo Orsa, Sergio Amoroso,
afirmou que a empresa estudava alternativas e estava atenta à possibilidade de
migrar para o mercado de especialidades. A companhia, então, decidiu anunciar a
decisão aos clientes e não dar andamento a assinatura de contratos após janeiro
do próximo ano.
A unidade paraense tem capacidade
para produzir 410 mil toneladas anuais de celulose de eucalipto e, com o volume
produzido até o momento, terá condições de atender os clientes até março. A
decisão sobre o futuro da unidade de celulose deverá ser tomada pelo Grupo Orsa
até o final deste ano.
A informação de que a Jari
interromperia as atividades em janeiro agradou os analistas. O banco JP Morgan
publicou na terça-feira relatório no qual comentava os efeitos positivos da
decisão para o mercado de celulose de eucalipto, principalmente para Fibria e
Suzano Papel e Celulose. Para a instituição, a medida reduziria a pressão
esperada para o mercado por conta do início das operações da Eldorado, neste
mês, e de outras duas fábricas de celulose (Suzano e Arauco/Stora Enso), em
2013.
AGENCIA ESTADO, EXAME
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