Documento da WWF aponta que
gigante asiático ultrapassou União Europeia e agora é o maior mercado de
tecnologia verde do mundo, tendo alcançado vendas no patamar de €57 bilhões no
ano passado.
Um novo relatório publicado pela
ONG WWF revelou que a China é a nova líder mundial no setor industrial de
tecnologia e energia limpa em termos absolutos, passando a União Europeia nesta
marca.
O documento, intitulado ‘Economia Limpa, Planeta Vivo’, classificou 40 países a
partir do valor de vendas dos produtos de tecnologia de energia limpa que eles
produziram. O relatório indicou que a indústria de tecnologias verdes cresceu
10% em 2011, chegando a quase €200 bilhões. Neste ritmo, a organização prevê
que até 2015 esse mercado atinja entre €240 bilhões e €290 bilhões,
ultrapassando o setor de equipamentos de petróleo e gás.
A nova líder do mercado teve um
crescimento no último ano de €13 bilhões, chegando a €57 bilhões. A China
alcançou o segundo lugar como centro de produção com mais rápido crescimento,
com 29%, tendo ficado atrás apenas de Taiwan, que cresceu 36% em 2011. Em
terceiro lugar figurou a Índia, com um crescimento de 19%, em quarto a Coreia
do Sul, também com 19%, e em quinto os Estados Unidos, com 17%.
A vontade política é o que separa
os vencedores dos perdedores em uma economia limpa do futuro, e é isso que os
rankings mostram. O governos deles investiu, e agora os vencedores estão
ganhando as vendas, os empregos e a tecnologia.
Todos os países que estão
ganhando os mercados globais perceberam que a tecnologia limpa é uma parte
importante de suas políticas energética, econômica e industrial. Esses países
estão apoiando a indústria da tecnologia energética limpa, e têm políticas
estáveis de longo prazo que geram investimentos verdes. Eles incentivam as
áreas certas, e agora estão colhendo os frutos.
Já a UE, que até recentemente
liderava o setor, teve queda nas vendas da indústria de tecnologia limpa na
maioria de seus países, como resultado da recessão econômica que atingiu o
bloco, o que aumentou o risco de investimentos e reduziu-os. As vendas do setor
verde caíram 5% na Europa.
Individualmente, as quedas foram
de, por exemplo, 9% na Espanha, 14% nos Países Baixos e 30% na França. Apenas a
Alemanha e a Dinamarca tiveram bons resultados, alcançando respectivamente o
terceiro e o primeiro lugares em se tratando de vendas por porcentagem de
produto interno bruto (PIB).
Se a Europa quer voltar à
disputa, precisa de novas e ambiciosas metas para estimular a produção de sua
tecnologia limpa para novos níveis de desempenho, e para se manter competitiva
na economia do século XXI.
Mesmo o valor das vendas tendo
crescido 10%, o volume aumentou ainda mais, o que indica que a energia verde
está ficando rapidamente mais barata. Nesse sentido, a Europa mais uma vez teve
uma má notícia: apesar dos fabricantes europeus terem vendido mais, eles
ganharam menos. A queda de preço é uma boa notícia para os consumidores, mas
para continuar gerando receita os fabricantes da UE têm que acompanhar a
competição. A política pode ajudar, criando condições estáveis para investimento
e inovação.
Brasil
O Brasil apresentou relativamente
bons resultados na classificação, mantendo seu crescimento de 3% no setor de
tecnologias limpas, com as vendas atingindo €7,5 bilhões em 2011. Com isso, o
país ficou em quarto lugar no ranking absoluto.
De acordo com o documento, a
maior parte das vendas de tecnologia verde no Brasil ficou por conta do
bioetanol e do biodiesel, embora o volume de produção do bioetanol tenha
diminuído 26% devido a uma má colheita no último ano, fator que foi compensado
com um aumento nos preços, tendo as vendas totais caído apenas 5%. Já a
produção de biodiesel no país teve um aumento de 52%.
O documento também salienta a
produção de turbinas eólicas no Brasil, embora reconheça que ela ainda é
volátil, tendo mostrado uma redução de 21% em 2011 devido a questões
financeiras dos fabricantes. O relatório mostra que a produção
de tecnologia limpa é uma grande oportunidade de negócio e um elemento essencial
para trilhar o caminho do desenvolvimento sustentável.
Carbono Brasil
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