Projetos arquitetônicos
inusitados propõem soluções para proteger as metrópoles dos efeitos da elevação
do nível do mar causado pelas mudanças climáticas. Confira alguns dos mais
curiosos.
Emergency Land
O pequeno conjunto de nove ilhas
localizado no oceano pacífico, entre a Austrália e o Havaí, sofre as
consequências do aquecimento global. Com área de 26 km², Tuvalu corre o risco
de submergir diante do aumento do nível do mar. Nos últimos anos, as inundações
constantes já vêm atrapalhando a produção de cultivos locais e a obtenção de
água potável. Se a situação continuar assim, a população de Tuvalu vai precisar
de um novo endereço. É aí que a entra a "Emergency Land" ( Terra de
Emergência, no português), uma cidade-conceito criada pelo sul-coreano Choi
Jinman arquiteto e o estudante Ji Shim Yong. Trata-se de uma plataforma que se
eleva sobre o mar, podendo abrigar até 11 mil habitantes. O projeto traria
todas as funções (serviços, infraestrutura, comércio, etc) de Tuvalu, mas dessa
vez protegendo a todos de uma nova catástrofe.
Lilypad
Eventos climáticos extremos têm
deixado milhares de desabrigados em todo o mundo. Se as previsões de elevação
dos níveis dos mares se concretizarem, será preciso encontrar um novo lar para
os refugiados climáticos. A solução para nos manter a tona vem do visionário
arquiteto belga Vincent Callebaut, que criou a cidade flutuante Lilypad. O
complexo é formado por arcas, cada uma com capacidade de abrigar até 50 mil
pessoas – quantidade semelhante ao número de habitantes da cidade portuária de
Constitución, no Chile, que em 2010 foi invadida por uma onda de 8 metros,
obrigando os moradores a se retirar para as montanhas.
Membrana protetora em NY
A elevação dos níveis dos mares é
uma das maiores ameaças para cidades litorâneas. Foi pensando em salvar a ilha
de Manhatthan que os designers Tingwei Xu Zhang e Xie, da Universidade da
Pensilvânia, nos EUA, projetaram uma rede de membranas que, ao saírem do chão
como se fossem raízes de árvores, seriam capazes de absorver e desviar a água
do mar para bem longe da cidade. Agindo como um substituto do solo, as
membranas criariam pantanos e zonas húmidas ao redor da ilha, funcionando assim
como uma barreira protetora contra enchentes.
Wetropolis
Bangkok, na Tailândia, também
deve sofrer com a elevação do nível do mar até meados do século. Para resolver
esse problema, a firma de arquitetura S+PBA bolou uma solução interessante: um
conceito de comunidade para “um futuro pós-diluviano”, como dizem. Como outras
ideias listadas aqui, o projeto abraça um estilo de vida anfíbia, em vez de
lutar contra ao aumento do nível das águas. A ideia é reproduzir toda uma rede
e infraestrutura urbana acima do mar chamada de “Wetropolis”, que contaria com
escolas, espaços públicos, indústria e todo tipo de serviço público. Os
arquitetos preveem até espaços verdes, como parques e florestas e manguezais,
que além de favorecer a atividade de carcinicultura, tambem ajudariam a filtrar
a água e renovar o ar da cidade.
Casa anfíbio britânica
A firma de arquitetura britânica
Baca desenvolveu uma casa anfíbio capaz de resistir às enchentes. Primeiro
projeto deste tipo a receber autorização do governo inglês, a casa de 225
metros quadrados de área está sendo construída a apenas 10m da margem do rio
Tâmisa, em Male, no condado de Buckinghamshire. Ela será erguida em bases
fixas, como um edifício convencional, mas em caso de inundações na região, a
casa será capaz de levantar e flutuar, mantendo a salvo seus ocupantes. A
resistência à agua deve-se ao que os arquitetos chamam de
"golfinhos", postes verticais normalmente encontrados em marinas que
mantêm a instalação flutuante no lugar durante uma cheia.
Ilhas artificiais para as
Maldivas
As pequenas e numerosas ilhas das
Maldivas são tão belas quanto frágeis. Pelo menos 80% do arquipélago localizado
no oceano Índico está apenas um metro acima do nível do mar. Uma elevação
brusca das águas poderia varrer do mapa esse paraíso de praias de areia
branquinha, palmeiras e atóis de corais. No último século, o nível do mar
já subiu 20 centímetros em algumas partes do país. Temendo o pior, o governo
local estuda comprar um novo território para o seu povo. Mas para o arquiteto
Koen Olthuis do Waterstudio a solução é criar mini-ilhas flutuantes. Elas
teriam formato de estrela e contariam com amplos espaços verdes e praias
artificiais.
Resort semi-submerso no Qatar
Talvez os resorts de luxo do
futuro serão parecidos com o do projeto ao lado, o Anphibious 1000, uma
verdadeira rede de ilhas e hotéis flutuantes idealizada para o Qatar. Projetado
pelo italiano Giancarlo Zema, do escritório de arquitetura Design Group (GZDG),
o Amphibious 1000 é um resort semi-submerso, que será localizado em uma área
marinha protegida na costa do Qatar, incluindo edifícios residenciais,
escritórios, um parque marinho, passarelas flutuantes e até galerias marinhas
subaquáticas.
Exame
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