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domingo, 25 de março de 2012

Enterros sustentáveis?

Você já pensou em morrer de forma sustentável? Não? Mas muitas pessoas já pensam assim. Quando nos deparamos com várias maneiras de preservar o meio ambiente e diminuir a pegada de carbono, muitos dos nossos irmãos seres humanos, quando o assunto é “partir dessa pra uma melhor”, querem ser amigos da natureza.

Como possíveis soluções para os efeitos poluentes dos enterros tradicionais como os sepultamentos e cremações, podemos indicar os caixões biodegradáveis e cinzas que viram adubo para árvores. Os caixões, por exemplo, levam altíssima quantidade de produtos químicos cancerígenos na sua elaboração. Além disso, normalmente são feitos de materiais de difícil degeneração e dificultam a decomposição natural do cadáver, atraindo bactérias fãs de enxofre que poluem os recursos hídricos do local. Já a cremação, apesar de ser menos poluente, ainda libera quantidade significante de dióxido de carbono e mercúrio.

Por isso o ‘enterro verde’ vem ganhando cada vez mais adeptos, pois não envolve nenhum tipo de produto químico. Ao invés do caixão tradicional, o cadáver é envolto em um tecido biodegradável. Outra opção são os caixões biodegradáveis, que reduzem as emissões de carbono em mais de 50% se comparados aos tradicionais. Eles podem ser de pinho, madeira ou bambu certificados, papel e até jornal. Em ambos os casos, o corpo em decomposição passa a fazer parte da terra mais facilmente. Para ajudar ainda mais nesse processo, recomenda-se fazer covas com menos um metro de profundidade. Em alguns países já existem cemitérios que só aceitam esse tipo de enterro.

Ainda é possível ter outros cuidados ecológicos nos funerais, como escolher produtos com certificação de origem, reciclados e provenientes do comércio justo e local, para evitar o uso excessivo de transporte.

Para deixar o seu enterro ainda mais sustentável, existem possibilidades extras. Para os convites, marcadores e notas de agradecimento, você pode optar por papel reciclável e materiais biodegradáveis. Nos Estados Unidos, uma empresa criou os ‘eco convites’, livres de cloro e incorporados com sementes de flores silvestres, podendo assim, ser plantados.

Na hora de escolher as flores, lembre-se de verificar se elas não são possuem cobertura de plástico e se não estão amarradas com arames. Tudo ao natural é o mais indicado. Investir no transporte coletivo e incentivar caronas é mais uma opção. E já tem até gente realizando funerais de bicicletas.

Veja abaixo alguns dos métodos mais utilizados de enterro, mas não estranhe, eles estão cada vez mais no cotidiano das pessoas:

Resomação
Um meio alternativo de cremação conhecido como “biocremação”. Utiliza-se água aquecida e hidróxido de potássio para dissolver o corpo durante três horas, assim deixando apenas a ossada pra trás. As cinzas são devolvidas para os familiares em uma urna. Quando o procedimento termina, sobram alguns restos de osso em pó e 200 litros de fluído. O líquido que sobra é considerado um ótimo fertilizante. Além disso, ao contrário do processo normal de cremação, a resomação não libera produtos químicos no ar e gasta 80% menos energia.
Se a ideia de virar adubo for muito extrema, também é possível escolher a cremação tradicional. Mas você pode ser ambientalmente consciente na seleção da urna. Prefira recipientes de fontes sustentáveis. Uma opção interessante é o BioBaú, uma urna biodegradável feita de casca de ovo, turfa e celulose, que vem com uma semente de árvore dentro. Uma vez que as cinzas são guardadas, a urna é enterrada e a semente começa a germinar e crescer. ‘Um novo significado de vida após a morte’, explicam seus criadores.

Enterro Natural
O corpo é embalado em uma mortalha e enterrado sem utilizar concreto, madeira ou qualquer outro material não biodegradável.

Recifes Eternos
O corpo é cremado e os ossos que sobram são esmagados e misturados com concreto. Essa mistura é utilizada para restaurar corais em barreiras no fundo do mar.

Criogenia
A criogenia é o processo de congelamento do corpo para um possível retorno à vida.

Enterro Espacial
Algumas gramas das cinzas resultantes da cremação são jogadas no espaço.

Mumificação
Mostrando que mumificação não é uma coisa apenas dos egípcios, a organização religiosa Summum, oferece a possibilidade de mumificar pessoas e animais de estimação. Quem investe nesse meio ganha a promessa de preservar seu DNA para que no futuro, cientistas possam cloná-los.

Plastinação
Este meio consiste em preservar o corpo em uma forma quase reconhecível. O meio foi criado para que os corpos possam ser usados em escolas de medicina e laboratórios de anatomia para preservar amostras de órgãos para a educação. O criador da técnica, também monta exposições de corpos plastinados.

Liofilização
Consiste na imersão do cadáver em nitrogênio líquido. O nitrogênio deixa o corpo frágil, depois, algumas vibrações agitam o corpo e a água é evaporada em uma câmara de vácuo especial. Depois, filtros separam qualquer enchimento de mercúrio ou implantes cirúrgicos que vão virar pó, e os restos vão para uma cova rasa. Assim, o oxigênio e a água se misturam com os restos em pó e se transformam em adubo.

Composto de cadáver
Uma empresa sueca desenvolveu um processo que consegue decompor completamente o cadáver em seis meses. Para isso, é preciso realizar um processo de fragilização do corpo: congelando-o e fazendo uma imersão em nitrogênio líquido. O cadáver, então, é bombardeado com ondas sonoras, transformando-se em um fino pó branco. Por fim, os restos passam por uma câmera a vácuo, fazendo com que a água remanescente evapore. Assim como nas outras opções, o pó final é bastante fértil e nutritivo, recomendado para o plantio de árvores.

Blog Naturaekos

2 comentários:

  1. Dicas excelentes! Atenção empreendedores! Está na hora de projetar algo nesse sentido.Mãos à obra!Boa Sorte!

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  2. Ao menos pra alguma coisa útil o corpo humano pode servir depois de morto, nem que seja pra adubo, rs rs. Mas é interessante as pessoas tomarem consciência que podem tomar destinos diferentes e mais aproveitáveis do que o popular enterro, que só ajuda a poluir os lençóis freáticos.

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